Carta Aberta

23/11/2016 09:44 - Geraldo de Majella
Por redação

 

Alagoanas e alagoanos:                 

O Brasil está submerso numa crise de grandes proporções. A crise tem várias facetas: a política, a econômica e a ética, entre outras. Os fatos, ao serem noticiados, têm causado estupor na sociedade e cinismo entre parte dos políticos.

Os políticos estão sob fundadas suspeitas. A maioria não se trata mais de suspeitas, pois há provas cabais de corrupção e formação de quadrilha.

Os partidos como peças do sistema político-eleitoral estão também sob suspeição, e não poderia ser diferente. Diante dessa situação de desmoronamento institucional, as direções partidárias fazem de conta que não têm nada com isso.     

A refundação dos partidos é um caminho possível, mas se demorar ou houver resistências, serão cada vez mais rejeitados pela sociedade. Continuarão a existir, mas como biombos de malfeitores. E não basta autointitular-se de esquerda, direita ou centro. A opinião pública continuará considerando-os como malfeitores ou bandidos, no sentido literal da palavra.

O Partido Socialista Brasileiro (PSB) é parte desse universo. Apontar saídas para as crises é um desafio; não há outro caminho. Se quiser renovar e transformar o PSB numa organização política moderna e respeitável, a militância terá de forçar as direções a efetuarem mudanças radicais no modus operandi de fazer política, tanto interna como externamente.

A transparência é um caminho sem volta. O senador João Capeberibe (PSB/AP) é o autor da lei da transparência na administração pública. Esse princípio deve nortear as atividades do PSB em todas as suas instâncias, da sua cúpula às suas bases. 

Esta é a revolução que todos queremos. Não basta se definir como esquerda para receber o “manto sagrado” da onipresença democrática e revogar as decisões das bases, ou achar que decidindo na cúpula os militantes acompanharão e que os eleitores votarão no PSB e em seus candidatos.

A democracia interna não pode ser um artifício de maiorias circunstanciais ou cartoriais – como vem acontecendo – para esmagar minorias, como é da tradição dos caciques e “coronéis do voto” ou da “pistolagem” ainda presente nos partidos brasileiros.

 Os partidos políticos no Brasil, em boa parte, são propriedades privadas e funcionam como cartórios onde a compra e a venda de legendas é algo natural. Existe um mercado persa político-eleitoral aquecido mesmo quando a crise política, econômica e ética arrasta os políticos para os cárceres.

       O PSB de Alagoas passa por uma situação no mínimo incômoda. Recebeu como “presente” da executiva nacional o deputado federal João Henrique Caldas (JHC), filho do ex-deputado João Caldas, conhecido no mercado persa das siglas partidárias em Alagoas e em Brasília.

       João Henrique Caldas (JHC), festejado por alguns dirigentes, vende a imagem externa de um jovem deputado moderno, “antenado” com as mídias sociais, mas no dia a dia não consegue desvincular-se das “velhas práticas políticas”, por ele de público condenadas.

       A ânsia de obter o controle cartorial do PSB – é o que lhe interessa e tem sido o seu objeto de desejo – quer destituir a direção estadual sem qualquer motivo político ou ético para tal, mesmo sabendo que o mandato tem duração até novembro de 2017.

       A direção estadual do PSB/AL não é acusada de corrupção, formação de quadrilha, desvios de qualquer natureza. Há de se perguntar: qual será o motivo para o JHC se reunir em dois momentos distintos a fim de destituir a direção estadual. A militância em Alagoas precisa tomar conhecimento desse acordo de cúpula para informar os eleitores do PSB e ao povo alagoano.

       A executiva estadual, os diretórios municipais, os prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e a militância do PSB em Alagoas vêm resistindo contra qualquer interferência autoritária ou ilegítima.

       Conclamamos a militância do PSB nos estados e nos municípios a lutar contra o autoritarismo e a violência política.

      

A democracia para nós é um valor universal.

Abaixo a intervenção!

Geraldo de Majella é historiador e membro da executiva estadual do PSB.

 

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