A crise pode soterrar as políticas públicas. O que os prefeitos devem fazer?

25/10/2016 16:54 - Geraldo de Majella
Por redação

 

A crise política e econômica em que o Brasil está mergulhado não é de curta duração. Esta tem característica diferente das crises vividas desde que superada a ditadura militar. As crises econômicas no governo José Sarney, quando a inflação era elevada, em 1989, último ano do governo, chegou a 80% ao mês.

No governo Collor a inflação continuou alta. Só no final do governo Itamar Franco, com a implantação do Plano Cruzado, é que houve a estabilização da economia. As crises foram em maior ou menor grau superadas. Todas com danos para a população.

A crise vivenciada no Brasilhoje é de um tipo diferente. A desagregação política não tem um fim à vista. A incerteza política atingiu todos os partidos com representação parlamentar significativa no Congresso Nacional. A agenda política é definida pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e pela Justiça Federal, no Paraná e em outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais, por enquanto.

A crise econômica permanece e tende a ser aprofundada pelo seu caráter exclusivo ou quase obsessivo para o ajuste fiscal e a supressão de direitos e garantias sociais. A falta de liderança no governo capaz de dialogar com a sociedade civil e com as entidades sindicais é sem precedentes desde 1985. 

Os prefeitos eleitos e reeleitos terão pela frente um cenário de guerra e terra arrasada. Os municípios são os principais elos na constituição da federação. Eles executam as principais políticas públicas e estas serão as primeiras a ser mutiladas pela PEC 241.

Esses desafios políticos e econômicos carecem de inovação e racionalidade na luta dos prefeitos e da população para evitar que, em nome da estabilização econômica, haja mutilação das políticas públicas que beneficiam os mais pobres, que são a maioria da população nos municípios alagoanos.

Os prefeitos não podem ouvir e concordar com o discurso orquestrado pelo governo Temer, difundido pelos grandes meios de comunicação a serviço dos banqueiros nacionais e internacionais.

Aceitar a PEC 241 é aceitar a morte passivamente.

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