O advogado criminalista Welton Roberto usou suas redes sociais, na tarde desta segunda-feira (19) para denunciar o coordenador de ensino médio do colégio Contato Farol, identificado como Washington Freitas. Ele acusa o corordenador de assediar sexualmente a filha (do advogado), de 16 anos, e de fazer um comentário racista na foto de outra adolescente.

Welton divulgou o "print" de uma conversa onde Washington faz comentários de cunho sexual acerca de um short que a filha dele estava usando e chama a menor para ir à sala do coordenador. O advogado disse que irá utilizar esse e outros prints que estão com ele nas ações criminais e cíveis que irá mover contra o coordenador e a escola. 

Em uma das fotos publicadas nas redes sociais de outra aluna do colégio, o coordenador teria comentado: "Sereia preta? Kkkk passou pelas praias de Santos e se melou de petróleo kkkkkkk”. O advogado criminalista contou que descobriu que a filha foi uma das vítimas do acusado pós a repercussão, nas redes sociais, desse comentário:

“O coordenador de ensino médio desta escola fez um comentário pra lá de racista em uma foto de uma adolescente que se encontrava em trajes de praia. Repercussão nas redes e a bomba me chega. Achei absurdo e já iria na escola conversar com "o dono" de lá pra mostrar a ele que um educador não pode ter este tipo de atitude racista, seja lá qual for a explicação dele. Mas a coisa era muito pior. Muito pior do que tudo isso. Descobri que o cidadão tem o costume de "assediar" as alunas, ESSAS MESMO QUE ELE DEVIA ORIENTAR E PROTEGER, com comentários sobre as partes íntimas delas, inclusive enviando mensagens maliciosas as mesmas”, escreveu o advogado.

Em seguida, Welton detalha os próximos passos: “Resolvi publicar isso para mostrar a este senhor que atende pelo nome de WASHINGTON que a partir de agora ele vai ter que explicar "as gracinhas" dele contra a minha filha e a filha de muitos pais na Justiça. Colaciono só um das dezenas de prints que tenho sobre a forma como ele se relaciona com as alunas de lá e que vou encaminhar nas ações criminais e cíveis contra ele e contra a escola, e que mais vítimas desse tarado racista apareçam e que sirva de alerta a todos os pais. Sinto-me destruído. Indignado. Arrasado. Mas a luta contra este tipo de coisa está SÓ COMEÇANDO!”.

O Colégio Contato alega que foi pego de surpresa e que se posicionará sobre o caso ainda na tarde desta segunda.

Defesa

Washington Freitas também utilizou as redes sociais para enviar um pedido de desculpas à adolescente que tirou uma foto com trajes de praia e que ele a chamou de sereia preta. Na publicação, o coordenador disse que não tinha intenção de ofender a garota.

"Nunca tive a intenção de ofender e você sabe muito bem disso pois já a ajudei diversas vezes, de diversas formas. Sempre tivemos liberdade de brincarmos com a nossa cor negra, diga-se de passagem muito bela ao qual eu tenho muito ORGULHO, não sei como  nem porque criou-se essa proporção totalmente descabida de racismo, sempre a respeitei e exijo também o mesmo respeito já que seu namorado e algumas outras pessoas não me conhecem e nem o meu trabalho, essa brincadeira levada como maldade racista apenas vem a acrescentar o grau de malícia se proliferando cada vez mais na sociedade. Tenho absoluta certeza que as pessoas que me conhecem sabem do ser humano e do profissional que sou. Novamente te peço sinceras desculpas por qualquer letra que tenha digitado mesmo sem maldade, mas que tenha sido caracterizado como racismo", disse o coordenador nas redes sociais. 

Outro caso

Este é o segundo caso de assédio em escola particular na capital divulgado este ano. Em outubro do ano passado, uma adolescente de 17 anos foi vítima de abuso sexual supostamente cometido pelo advogado Bruno Henrique Costa Correia.  O pai da estudante, Plínio Lins, contou que a filha conheceu Bruno dentro do colégio Marista durante atividades escolares e que ele possuía acesso às dependências da escola, inclusive em atividades fora da escola onde ela estudava.

Ele relatou que a filha chegou a sofrer ameaças do advogado, que pedia que ela mantivesse em silêncio o abuso ocorrido. “Ela não nos contou o abuso. Minha filha relatou tudo à agente da Pastoral da escola um mês depois, então quando tomamos conhecimento denunciamos o caso ao Conselho Tutelar e prestamos depoimento na Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente. O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público, que ofereceu denúncia à 14ª Vara Criminal, que acolheu e transformou ele em réu”, contou.

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