O jornalismo brasileiro perde o brilhante repórter Geneton Moraes Neto, morto no dia 22, na cidade do Rio de Janeiro. Em novembro de 2010, na Festa Literária Internacional de Olinda (Fliporto) tive o privilégio de conhecê-lo. Quem me apresentou foi o jornalista Homero Fonseca, seu amigo e colega dos tempos em que ambos trabalharam no Diário de Pernambuco. Nesta noite estavam presentes ao jantar Iracema, companheira de Homero e Isabela, minha filha.
Ouvi várias histórias contadas pelos dois com a atenção de um monge, não queria perder um lance. Até que num determinado momento Geneton falou da dificuldade que estava tendo para localizar um ex-guerrilheiro.
Não me contive e perguntei, quem era. Ele falou o nome do comandante Clemente, um ex-guerrilheiro e ex-dirigente da Aliança Libertadora Nacional (ALN), um dos homens mais procurado do Brasil até 1973, quando foi obrigado a exilar-se. Clemente era o codinome de Carlos Eugênio Coelho Campos da Paz, alagoano e meu amigo.
Disse-lhe com satisfação que essa dificuldade estava superada e passei o número do telefone do comandante Clemente.
Geneton surpreso falou que faltava encontrar o Clemente para concluir um programa, alguns meses depois a entrevista foi exibida no programa Dossiê Globo News.
Ainda continuamos conversando, eu ouvindo mais que tudo. Passava da meia noite quando nos despedimos apertei a sua mão e falei: foi um prazer lhe conhecer.
Hoje, digo: que a terra lhe seja leve.