O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) jura que recebeu proposta do Palácio do Planalto para enterrar os pedidos de impeachment de Dilma Rousseff, chegados à Câmara Federal quando ele estava na presidência da Casa. O mensageiro, aponta Cunha, fora o chefe da Casa Civil da petista, Jaques Wagner.
Entre as ofertas a Cunha, a sua salvação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e a influência do executivo no Supremo Tribunal Federal (STF), para que os processos contra a esposa e a filha do parlamentar não fossem parar nas mãos do juiz federal Sérgio Moro. O peemedebista também diz que Dilma tinha conhecimento de cada conversa que ele teve com Jaques Wagner a esse respeito.
Cunha teria feito um bom negócio (para ele, óbvio!!!) se aceitasse?
Certamente que sim, desde que fosse verdade, o que não pareceu ao deputado na ocasião.
Em entrevista à Revista IstoÉ, nesse final de semana, Cunha afirma que Dilma e Wagner tentaram lhe enganar:
“Ele (Wagner) ofereceu textualmente algo que eu até reputei como ridículo, que foi a interferência do governo para que mantivessem a minha mulher (Cláudia Cruz) e minha filha (Danielle) sobre a ótica do processo do Supremo. O que eu já disse de pronto que eu não acredito nesse tipo de interferência. Não creio que o governo tenha esse controle de quem quer que seja. Refutei”.
“Enrolar faz parte da natureza deles. Enrolaram o Brasil esses anos todos e deu no que deu. Minha pergunta é: estão querendo dizer que a presidente Dilma era a cabeça de um plano de enrolar o presidente da Câmara no intuito de aprovar um projeto? Na conversa do dia 12 de outubro, na Base Aérea, quando ele (Jaques Wagner) me ligou e marcou, ele saiu do nosso encontro e disse que naquela noite mesmo ainda conversaria com a presidente e que falaria comigo depois. Que era para relatar a conversa a ela. Então, a cada conversa, ele dizia que ia sair e que ia até a presidente para relatar. O que comprova, mais uma vez, que ela participava e sabia de tudo.”
Eduardo Cunha não é ingênuo, ele sabe que não escapará dessa situação com vida política, mas certamente sabe que se quiser não irá sozinho à guilhotina.
Resta saber quais os trunfos e contra quem o parlamentar guarda zelosamente embaixo do braço.
A propósito de enrolação, quem vai pagar a conta do Custo Brasil que embolsou pelo menos 100 milhões de reais de servidores federais do Ministério do Planejamento, de 2010 a 2015?
O PT pode dar alguma sugestão?