O trecho de 41 quilômetros quadrados, que compreende a extensão entre bairros de Riacho Doce e Ipioca, pode se tornar uma área de proteção ambiental. Tudo isso porque o Instituto Biota foi selecionado para iniciar o levantamento de dados para construção de uma Unidade de Conversação Municipal, com o apoio e incentivo da Fundação SOS Mata Atlântica.

No total foram 98 projetos inscritos nacionalmente e apensas 24 foram selecionados para receber investimento para elaboração dos projetos. De acordo com a SOS Mata Atlântica, o objetivo é estimular as cidades a fortalecerem a gestão ambiental de seus territórios, investindo no planejamento e na execução de medidas que assegurem proteção e uso sustentável do ambiente.

A área escolhida pelo Biota já recebe uma atenção especial pela grande quantidade de desova de tartarugas marinhas na costa alagoana. “Isso é algo muito fantástico, pois vamos conseguir criar uma área de conservação com a nossa cara, focando nas tartarugas porque naquela área tem uma desova muito grande. Ela precisa ter um cuidado especial”, afirmou Bruno Stefanis, presidente fundador do Instituto.

A proposta, elaborada de forma conjunta com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma), foi reforçada pelos integrantes do Biota para tornar a área que atualmente já monitorada em uma unidade de conservação.

Bruno Stefanis explica que o projeto sempre tem um objetivo de todo o grupo, no entanto como o Biota é uma ONG sem fins lucrativos, o levantamento dos dados, a medição da área e até mesmo a realização de audiências públicas com a população iria requerer custos financeiros, que o grupo não possuía.

“Nós já estávamos com essa proposta há algum tempo, mas daí existia a demanda de recursos para desenvolver a pesquisa. A Ufal escreveu nosso projeto e tudo isso possível com o aval que recebemos da Sempma”, disse o presidente. O Biota é a única ONG que desenvolve o trabalho de regaste e monitoramento de tartarugas marinhas em Alagoas.

Alagoas ganha espaço no cenário nacional de projetos do meio ambiente

A proposta do Biota é para a elaborar o “Projeto para criação de Área de Relevantes Interesse Ecológico Costeiro-Marinha das Tartarugas”. Com isso Alagoas começa a ser inserido na criação de projetos para preservação do meio ambiente. De acordo com a SOS Mata Atlântica, os municípios da região Sudeste concentram a maior parte das propostas aprovadas, seguidos pelos das regiões Nordeste e Sul, incluindo 10 propostas focadas no ambiente costeiro-marinho e 14 em florestas interiores. Os projetos encontram-se distribuídos em 11 dos 17 estados da Mata Atlântica.

Stefanis acrescentou a importância do estado “aparecer” entre os selecionados, pois isso pode torna-se um incentivo para que outras ONGs implantadas possam desenvolver e apostar na inscrição de editais nacionais.

“Ter uma unidade de conservação significa que aquela área terá um tratamento diferenciado, terá um conselho gestor, será monitorada de forma diferenciada, e um investimento. Isso para quem trabalha com conservação é um passo espetacular”, afirmou ele.

A Unidade de Conservação ficará instalada entre as Áreas de Proteção Ambiental do Pratagyy e da Costa dos Corais. O desafio do Biota depois de elaborar o levantamento de todos os dados é tirar o projeto  papel e coloca-lo em prática. “Nós já demos um primeiro passo e agora vamos em busca de outros editais que possam custear a saída de projeto do papel”.