As revelações dos dirigentes da empreiteira OAS, nas negociações para fechar o acordo de delação premiada no âmbito das investigações da Lava Jato, também apontam como beneficiários do esquema o senador José Serra e a ex-ministra Marina Silva.

Agora ministro das Relações Exteriores do governo interino-definitivo de Michel Temer (PMDB), o tucano é um importante integrante na lista de uma centena de políticos que a OAS promete entregar com informações detalhadas de dinheiro dado para campanhas eleitorais.

E, ao que parece, ele também está na lista de 200 políticos da Odebrecht. Todos receberam ajuda, propina, para campanhas eleitorais.

Assim como a ex-ministra Marina Silva. Léo Pinheiro, um dos sócios da OAS, delatou que apoiadores dela - Guilherme Leal, sócio da Natura e Alfredo Sirkis, um dos coordenadores da campanha do PV – pediram dinheiro para o Caixa dois da campanha presidencial de 2010.

E a opção por essa forma de contribuição se deu porque Marina não queria ter o seu nome vinculado às empreiteiras. Ela nega, desmente, afirma que nunca usou “um real que não tivesse sido regularmente declarado”.

Bom, o fato é que com suspeitas, dúvidas, certezas, novos nomes que surgem e outros que são consolidados com delações de grandes empreiteiras, fica cada dia ainda mais claro que o sistema político brasileiro ruiu apodrecido.

Comido por dentro e por fora o presidencialismo de coalizão é, hoje, incapaz de representar o povo brasileiro. Dificilmente qualquer proposta de reforma política feita no congresso Nacional como, novas regras de financiamento de campanha e formação de partidos, por exemplo, será capaz de ser feita com o objetivo de reverter o atual quadro.

Afinal de contas, muitos deputados, senadores, ministros, partidos e empresários estão dentro do processo, acostumado com essas regras de sobrevivência individual e política. E eles nada vão mudar efetivamente que possa lhes trazer prejuízos imediatos.

Assim, segue a crise política e de credibilidade contaminando a economia.