Centenas de integrantes do Movimento Brasil (MB) em Maceió, que torcem pela saída de Dilma Rousseff do cargo de presidente, ocupam o Alagoinhas, na orla do bairro de Ponta Verde. Num telão de 120 polegadas, eles acompanham o pronunciamento de 68 senadores que se inscreveram para discursar antes da votação do processo de impeachment, que é conduzido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL).

Os participantes estão vestidos com camisas das cores do país e com cartazes com frase de despedida para a presidente, como “tchau querida”. O movimento só deixará o espaço após ser encerrada a sessão, que entrará pela madrugada desta sexta-feira (12). Um grupo chegou ocupar o local por quase um mês.

Acreditando que a presidente será afastada, o engenheiro Mario Marroquim, um dos integrantes do MB, diz que o impeachment é legítimo. “A palavra golpe não está sendo usada de maneira correta. Quem comete erros deve pagar”, afirmou.

Ele classificou o governo Michel Temer como legítimo, caso o vice-presidente venha assumir o cargo de Dilma Rousseff. “As cobranças irão continuar. Continuaremos de olho. Caso ele faça alguma coisa ilícita também será penalizado”. Mario Marroquim afirmou ainda que movimento defende o fim da imunidade parlamentar.

Programação

A presidenta Dilma Rousseff deixará o Palácio do Planalto, caso seja afastada pelo Senado, com um ato político para denunciar o que considera um golpe contra seu governo. A notificação sobre a decisão dos senadores deve chegar à presidenta amanhã (12) de manhã. 

O Palácio do Planalto prepara uma cerimônia no gabinete presidencial, no terceiro andar do prédio, onde Dilma receberá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, autoridades e personalidades aliadas para assinar a notificação, que será entregue pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado, senador Vicentinho Alves (PR-TO).

Do lado de fora do palácio, movimentos sociais que apoiam o governo farão nova manifestação contra o impeachment.

Senado

Enquanto os senadores discursam na sessão que vai decidir sobre a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, manifestantes contrários e a favor do impedimento se reúnem em lados opostos da Esplanada dos Ministérios em defesa dos seus posicionamentos políticos. O público hoje é menor do que o visto na votação da Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril e, dessa vez, não há telões para que os manifestantes acompanhem o debate.

*colaborador