O Brasil não precisa de heróis nem de salvadores da Pátria

07/03/2016 16:49 - Geraldo de Majella
Por redação

 

A corrupção é um mal que tem se perpetuado na sociedade brasileira, isso ninguém se atreve a contestar. Pode-se dizer que em determinado período houve mais ou menos corrupção ou que tal percepção foi sentida com maior ou menor evidência.

        A Operação Lava-Jato tem sido um bálsamo para os olhos da nação. Poucos se atrevem a dizer o contrário. Os resultados parciais da Lava-Jato são sentidos nas ruas. A população tem dado apoio irrestrito; nos cofres públicos os desvios cessaram, pelo menos na Petrobras. O sistema de corrupção está sob a observação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

        Entre tantas operações de combate à corrupção desencadeadas no país nesses últimos anos, esta tem sido a mais eficiente e a que mais conseguiu êxito. Por isso tem sido tão aclamada pela população. O juiz Sérgio Moro foi erigido à condição de pop star no combate à corrupção, sem que tenha buscado mídia pessoal para tanto. Essa condição se dá tão só pelo seu desempenho como agente público.

        O cumprimento do dever constitucional com o mínimo de lisura e competência no Brasil é motivo de euforia. O País, submerso nas mais variadas e extensivas práticas de corrupção, inicia um processo de reação diante do estado de estupor em que vivia.

Esse mérito o juiz Sérgio Moro, o Procurador da Republica Rodrigo Janot e os membros da Polícia Federal têm e ninguém lhes usurpará.

O dia 4 de março será lembrado como o dia em que o juiz Sérgio Moro cometeu o seu primeiro e sério – esperamos que seja o último – deslize ao determinar a “condução coercitiva” do ex-presidente Lula.

Esse ato de força desproporcional é um atentado às liberdades, ao direito e às garantias individuais consignadas na Constituição federal. O ex-presidente da República não se recusara a prestar depoimento. Entretanto, foi tratado como se houvesse desdenhado da ordem judicial.

Esse detalhe é fundamental para a preservação do Estado Democrático de Direito, pois a democracia é uma obra construída por todos e por muitos que se sacrificaram para que o Judiciário não continuasse amordaçado, como foi durante 21 anos de ditadura civil-militar.

Os políticos e dirigentes do PT, PMDB, PTB, PP, os empresários, banqueiros e funcionários públicos que são investigados e processados na operação Lava-Jato e que estiverem efetivamente envolvidos, a nação quer que sejam condenados, mas que nenhum desses acusados tenha os seus direitos vilipendiados.

O Brasil não precisa de heróis nem de salvadores da Pátria. O brasileiro quer justiça.

 

 

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