No próximo dia 1° de dezembro, comemora-se o dia mundial de combate ao vírus HIV. Em Alagoas, 5.011 casos foram protocolados até dezembro de 2014, sendo 3.287 o número de homens infectados, e 1.724 o de mulheres. O número de mortes em decorrência da doença chama atenção: A cada três dias, uma pessoa morre tendo como causa a AIDS.
De acordo com o banco de dados de controle de AIDS do estado, antigamente, a proporção era de 15 homens para uma mulher infectada. Hoje, os números são equivalentes a três homens que possuem o vírus para uma mulher.
A epidemia de AIDS em Alagoas cresce em todas as faixas etárias, mas, é entre os adultos jovens, aqueles considerados na idade entre 30 e 49 anos, que o acúmulo é maior. O banco de dados da Secretária Estadual de Saúde (Sesau) analisa apenas o indivíduo que já esteja com AIDS, significando que, os casos de 20 a 29 anos, são considerados os mais preocupantes para a saúde pública, porque isso significa que o indivíduo contraiu o vírus ainda na adolescência.
Para a responsável técnica de Doenças Agudas do estado, o foco maior agora é em maneiras de evitar a infecção pelo vírus, sabendo da importância do preservativo, mas reconhecendo que a população precisa de mais opções para prevenção.
“De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, 90% da população sabe como se prevenir do vírus, mas apenas 54% afirmaram que mantêm relação sexual com preservativo. Pensando nisso, já existem estudos para criação de remédios de tratamento para o indivíduo antes mesmo de se expor ao vírus. Mas, uma vez diagnosticado com HIV, o paciente já pode fazer o uso de antirretroviral, que reduz em 96% as chances dele ter aids, e ajuda a diminuir o processo inflamatório que o vírus faz dentro do organismo” ressaltou.
A técnica ainda afirma que, o número de óbitos pela doença no estado, que ainda pode ser considerada banalizada pela sociedade, é alarmante. A cada três dias, uma pessoa morre tendo como causa a AIDS. O casal – que terá os nomes não revelados - de 38 anos o homem e 40 a mulher, convivem com a doença há 20 anos, se conheceram realizando o tratamento, e após o sofrimento causado pelo descuido com a AIDS, eles se casaram e estão juntos a 9 anos.
“Quando eu tinha 20 anos, meu marido na época morreu e foi diagnosticado com o vírus. O preconceito na época foi grande, minha família me ignorava e minha mãe me impediu de iniciar o tratamento assim que descobri a doença. Até o dia que começaram os sintomas. Fiquei muito fragilizada, chegando a perder 40 kg em 30 dias, passando 6 meses internada. Quando saí do hospital, comecei a dar apoio a outras pessoas que passavam pelo mesmo problema, foi quando o conheci, nos apaixonamos, e iniciamos uma relação que já dura nove anos” explicou a esposa.
Emocionados, o casal relatou que o mais importante quando a doença é diagnosticada, é o indivíduo receber atenção e apoio necessário para encarar o tratamento. “A AIDS traz com ela um sentimento de que tudo acabou, ela nos deixa frágeis e ainda causa preconceito nas pessoas. Hoje, realizamos o tratamento e tentamos ajudar aqueles que sofrem. Aprendemos a conviver com a doença, mas aconselhamos que todos se protejam para que não passem pelo sofrimento que a AIDS causa”, disse a mulher.
*Colaboradora