O livro atrai e encanta as pessoas.

24/11/2015 05:39 - Geraldo de Majella
Por redação

A VII Bienal Internacional do Livro de Alagoas é o território do saber e do prazer pelo belo, lúdico e encantador mundo do livro. A abertura solene da Bienal ocorreu na noite do último dia 20 (vinte) no Centro de Convenções Ruth Cardoso.

Estiveram presentes o Reitor da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) Eurico Lobo, o governador do Estado Renan Filho, o vice-prefeito de Maceió Marcelo Palmeira, representando o prefeito, a secretaria estadual de Cultura Melina Freitas, o secretário estadual de comunicação Ênio Lins, a secretaria municipal de educação Ana Deyse Doria, o secretario municipal de Cultura Vinicius Palmeira e o secretário municipal de comunicação Clayton Santos.

A plateia composta por centenas de professores universitários e das redes de ensino municipais, estadual e privada, estudantes, escritores alagoanos e os convidados. Nos corredores e estandes milhares de pessoas, lendo, descobrindo, comprando, assistindo as palestras, celebrando o livro.

A Bienal Internacional do Livro de Alagoas é o mais importante evento cultural em nível estadual. E esta mesma Alagoas é o estado mais violento do Brasil, que há décadas é presença constante, no ranking dos piores indicadores sociais e econômicos do país.

Alagoas é o estado que registra o maior número de assassinatos a jovens, negros, pobres e moradores da periferia. Maceió é a cidade mais violenta do Brasil e uma das cinco mais violentas do Planeta.  

Educação e cultura são meios eficazes, e para alguns pesquisadores e estudiosos os principais, para alavancar Alagoas de tão humilhante condição. A Bienal Internacional do Livro é um ambiente propicio para o envolvimento e encantamento de milhares de crianças, jovens, adultos, tanto os excluídos quanto os inseridos nas redes de ensino, portanto é ambiente mais do que indicado para a presença  dos gestores públicos.

A VI Bienal recebeu cerca de 260 mil pessoas, mais da metade foram crianças e jovens. A estimativa da VII Bienal até o dia 29 quando se dará seu encerramento é de 300 mil pessoas.

O secretário estadual de educação, Luciano Barbosa, também vice-governador e o secretário estadual de segurança pública e promotor de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça não compareceram a abertura da Bienal Internacional do Livro. No entanto Educação e segurança pública são as duas áreas mais críticas e o que saltam aos olhos é o pouco caso, ou a aparente compreensão por parte dos ocupantes destas pastas que um evento dessa magnitude dispense suas presenças. O que fica “impresso” destas ausências é que as autoridades citadas desconsideram, inclusive, o efeito simbólico dos cargos que ocupam.  

A segunda e importante “leitura” das ausências é que: o livro, o encantamento com a literatura e outros gêneros textuais não lhes tocam a alma. A mudança só é possível quando dezenas de milhares de crianças, jovens e adultos forem incorporadas ao mundo mágico, sedutor e transformador da leitura, o livro é o melhor “passaporte” para transformar as pessoas e humanizar as relações nas famílias, corporações militares, escolas e na sociedade desde o contexto local a um sentido macro.

Ainda há tempo para que os gestores públicos corrijam o erro, ainda que seja para construir uma peça publicitária, caso não acreditem na transformação por meio da educação, apropriação dos bens culturais e da leitura.

Acreditamos ser possível encontrar, ainda, na VII Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o secretário estadual da segurança pública, os comandantes da Policia Militar, e do temido Bope como também o secretário estadual e a secretaria adjunta (que é professora) de educação. É uma aposta.

Pode parecer utopia, quero pensar dessa maneira. É necessário ser utópico, confesso que sou, principalmente quando a violência trona-se epidêmica.

O livro e a leitura têm o poder transformadores, eu acredito, acreditem também os senhores.

Despeço-me com palavras do escritor Bartolomeu Campos de Queirós: “Há trabalho mais definitivo, há ação mais absoluta do que essa de aproximar o homem do livro? ”

Viva a Bienal.  

 

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..