Cadê o Davi?

14/10/2015 14:17 - Geraldo de Majella
Por redação

O Estado de Alagoas deve explicações à sociedade e à família do adolescente Davi Silva, de 17 anos, desaparecido desde o dia 25 de agosto de 2014, após ser abordado por uma viatura da Polícia Militar no bairro Benedito Bentes.

O caso tornou-se emblemático depois que a mãe do adolescente foi atingida por disparos de arma de fogo, classificados pela polícia alagoana como “balas perdidas”. Felizmente dona Maria José da Silva não morreu.

     O corpo encontrado no bairro da Serraria em Maceió pode ou não ser o de Davi Silva. Mas para tanto a Perícia Oficial terá de apresentar um laudo conclusivo.

            Esse tem sido um problema recorrente em Alagoas. Desde 1997, quando foi implantado o Laboratório de DNA Forense da Universidade Federal de Alagoas pelo professor doutor em Genética Molecular da Ufal, Luiz Antônio Ferreira da Silva, apresenta-se intramuros a resistência da Segurança Pública em firmar um convênio entre a SSP/Perícia Oficial/IML e o Laboratório de DNA Forense.

            O Laboratório tem prestado relevantes serviços à Polícia Federal e às polícias de vários estados, mas a segurança pública alagoana o desconhece, e a sociedade passa por esse tipo de constrangimento.

      A página da Perícia Oficial, ontem, dia 13/10, diz o seguinte: “Responsável pelo exame de DNA de comparação entre amostras recolhidas de um corpo encontrado no bairro da Serraria, em Maceió, com o material genético fornecido por Maria José da Silva, mãe de Davi da Silva, Rosana Coutinho explicou que a necessidade de um novo prazo foi decorrente das complicações na extração do DNA do corpo, que foi encontrado exposto a fatores ambientais adversos e em avançado estado de decomposição”. http://www.periciaoficial.al.gov.br/sala

Banco de Dados ajuda na busca de desaparecidos

      Desenvolvido e mantido pelo Laboratório de DNA Forense da Ufal, o Banco de Dados de Pessoas Desaparecidas é o único deste tipo no Brasil. Quando estiver sendo utilizado para o fim para o qual foi criado, o Banco vai ajudar pessoas não apenas de Alagoas e sim do Brasil inteiro – é o que garante o chefe do Laboratório, professor Luiz Antônio.

A utilização do Banco deveria ser feita por instituições como IML, ONGs, Delegacias e Conselhos Tutelares. Ao acessar a plataforma, o usuário efetua o cadastro da pessoa desaparecida e fica responsável por alimentá-lo com informações sobre o caso, “pois não temos como saber se a pessoa retornou ou não para casa, e isso acontece com muita frequência”, ressalta o coordenador do Laboratório. http://www.ufal.edu.br/noticias/2011/07/laboratorio-de-dna-forense-um-centro-de-referencia-no-brasil

 

            Diante do vexame público da Segurança e da recorrência desse tipo de fatos, seria razoável firmar um convênio com o Laboratório de DNA da Ufal e sair da areia movediça do corporativismo institucional, pois assim quem sabe não ocorreriam essas respostas típicas do improviso na Perícia Oficial e do resto no trabalho da Segurança Pública em Alagoas. É tão fácil e simples. Acontece que o simples em Alagoas torna-se quase impossível.

 

            A pergunta que continua a ser feita é: “Cadê o Davi?”.

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