O doce mel do poder sorvido por Aécio

23/09/2015 11:06 - Voney Malta
Por Voney Malta

Vigoroso opositor e defensor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) soube como ninguém usufruir o poder que o cargo de governador lhe concedeu durante pouco mais de sete anos que governou Minas Gerais, de 2003 a 2010.

Ele usou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens para o Rio de Janeiro. Até aí nenhum problema, certo? Talvez sim, talvez não. Até ficar adulto, no Rio, mas é natural de BH. Outros fatos sobre as viagens chamam a atenção.

A maioria das viagens foi realizada de quinta a domingo. Entre 2008 e 2009 Aécio houve seis passagens para Florianópolis, cidade onde morava a namorada que hoje é esposa. Numa dessas, exatamente em 19 de fevereiro, uma quinta-feira anterior ao sábado de carnaval, o senador aparece ao lado da namorada em colunas sociais participando de uma festa.

Em mais de sete anos Aécio Neves teve uma média de 1,4 viagens por mês para o Rio de Janeiro e cidades balneárias, casos de Angra dos Reis e Búzios, entre outras. Claro que, ao que tudo indica, o presidente do PSDB viajou dentro da legalidade.

É que havia um decreto assinado pelo próprio governador que regulamentava o uso de aeronaves oficiais da seguinte forma: “Em deslocamento de qualquer natureza, por questões de segurança”.

A assessoria do senador Aécio Neves afirmou que é normal o uso de avião oficial por governantes em compromissos pessoais. Por outro lado, há jurisprudência no Superior Tribunal de Justiça dizendo que o uso de carros oficiais para fins particulares implica em improbidade administrativa.

Porém, essa jurisprudência não trata especificamente sobre o uso de aviões. Mas claro, ora, se é improbidade o uso de carro imagine o uso de avião, não é mesmo?

Esse foi um dos doces recheados de mel sorvido pelo senador Aécio Neves no período em que governou Minas. Ainda tem a história do aeroporto construído em terras de parentes.

Vida que segue.

 

 

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