A judicialização da questão da Casal - Companhia de Água e Saneamento de Alagoas – por parte da prefeitura de Maceió pode provocar mortos, feridos e imenso prejuízo político para o prefeito Rui Palmeira.

A decisão do juiz Antonio Emanuel Dória Ferreira ao determinar que a receita paga pela administração municipal no Contrato de Concessão de Serviços Públicos seja investida apenas na capital atinge diretamente quase 80 municípios alagoanos.

Ou seja, a presença da companhia nos municípios mais pobres ficará inviabilizada, caso essa decisão não seja revertida. É que o apurado em Maceió viabiliza a presença e os investimentos da companhia nos demais municípios, assim como o preço mais acessível para os consumidores privados e comerciais

Bom, é claro que a prefeitura está pensando nos seus interesses. Mas a questão da qualidade do trabalho da Casal não pode ser resolvida apenas dessa forma. É preciso negociação e conversas para que uma saída seja encontrada entre o governo do Estado e todas as Prefeituras.

Porque se essa decisão judicial não for revertida o caos estará instalado com problemas de falta de água e de coleta de esgoto. O prejuízo político tende a ser imenso para o prefeito Rui Palmeira, que será apontado como o causador do problema. E isso no ano anterior ao da eleição terá um efeito devastador em sua campanha à reeleição, uma vez que há muita gente oriunda do interior vivendo, trabalhando e ajudando os parentes e votando em Maceió

Como também tudo pode estar  inteligentemente combinado ente governo e prefeitura para anunciarem a privatização da Casal - fato defendido por muita gente. Primeiro cria-se um grande problema (justiça). Depois a questão é exposta (crise,serviço ruim), em seguida aparece a solução que interessa (entendimento, solução, privatização).

 A isso dá-se o nome de estratégia política.

As cenas dos próximos capítulos serão reveladoras.

Em tempo - Da Prefeitura recebo o posicionamento que você pode ler abaixo, na íntegra;

A Prefeitura de Maceió esclarece que a ação civil pública tem como objetivo o cumprimento do que está previsto em contrato, que é o investimento da Casal em serviços de saneamento e tratamento de esgoto em Maceió.

O secretário municipal de Governo, Ricardo Wanderley, explica que a ação não pretende prejudicar a Casal nem outros municípios e sim cumprir o que está determinado em contrato. “Temos problemas na cidade como esgotos nas ruas, praias e avenidas de Maceió. Vários pontos apresentam vazamento e buracos em decorrência dessa situação. Muitas ruas não podem ser recapeadas, porque necessitam de reparos em suas tubulações, o que é de responsabilidade da Casal”, afirmou.

Wanderley explica ainda que a ação pretende acabar com o subsídio cruzado, que acontece porque Maceió é o único município onde a Casal teria lucro. O saldo negativo das demais cidades atendidas pela Companhia seria compensado pela receita gerada na capital.

“Queremos que a arrecadação de Maceió seja investida na cidade. Não podemos concordar com a cidade sem saneamento. A população de Maceió paga pelo serviço, que não está sendo realizado. A saúde financeira da Casal deverá ser provida pela própria empresa ou pelo Estado de Alagoas. O que não se admite é a permanência do atual quadro de precariedade na prestação dos serviços de esgotamento sanitário em Maceió”, destacou o secretário.