Prefeituras fechadas e o ‘mensalinho’
Das 102 prefeituras alagoanas, apenas 26 decidiram cerrar as suas portas somente na próxima sexta-feira (18). As demais aderiram ao protesto pela queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Seja qual for a explicação dada para o movimento, ela não exprime a verdade absoluta. Esqueçamos essa historinha de que o “objetivo é deixar a população em alerta e vai servir para que os prefeitos consigam alinhar as despesas a receita”.
Balela. No dia a dia do povo o fechamento das prefeituras, especialmente as do interior, em nada altera a vida do cidadão, simplesmente porque os serviços ofertados não prestam, não funcionam igualmente para todos de maneira eficiente e eficaz.
O que a maioria dos prefeitos precisa, efetivamente, é de mais dinheiro e todos nós sabemos disso só com uma simples olhada para perceber como o exercício do cargo altera a vida financeira do gestor e do político em geral, com exceções, claro. Simples assim, ou não?
Verdade disse o prefeito de Penedo, Marcius Beltrão (PDT), publicado na Tribuna Independente, que era preciso acabar com os mensalinhos e mensalões nos municípios. “Precisamos dizer à classe política que a gente não pode mais alimentá-los com mensalinhos e mensalões. De cabo eleitoral a vereador, eles só querem sugar o prefeito trazendo um custo maior para a prefeitura e, quando não obtêm sucesso, se voltam contra nós, e as críticas só crescem.”
É exatamente essa relação que faz com que o gestor tenha ou não maioria no Legislativo. Sem o mensalinho e cargos comissionados a administração fica engessada, nada é aprovado e as críticas são contundentes.
E isso é assim já faz muito tempo. Esse é o modelo majoritário incrustado na política brasileira. E só quem pode transformar somos nós, eleitores.
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