Setembro negro

10/09/2015 12:45 - Voney Malta
Por Voney Malta

Aquela velha frase para explicar situações desagradáveis na história política e de grandes tragédias que marcaram época e que inventaram a frase, “Agosto, mês de desgosto”, ruiu, pelo menos em Brasília, em muitos estados e diversos municípios brasileiros.

É que se no mês passado muita gente acreditava que com o recesso parlamentar o governo teria um fôlego para recompor a sua base aliada, nada disso ocorreu. O governo e os seus ministros em nada avançaram.

As teses do impeachment, ou da renúncia, permanecem no balcão da política no congresso Nacional. Situação alimentada constantemente pela incapacidade de comunicação política de Dilma e de seus principais ministros, caso de Aloísio Mercadante, da Casa Civil.

A sorte de Dilma e do seu governo ainda é o ex-presidente Lula, que consegue dialogar com importantes cabeças políticas e diminuir a insatisfação - o que aconteceu antes do recesso e acalmou os ânimos - e dos maiores empresários brasileiros que temem que uma ruptura crie um clima que traga ainda mais prejuízos econômicos.

Mas tudo isso parece ter prazo de validade, como tudo na vida. Caso o governo não consiga o apoio de políticos e empresários para aumentar impostos e resolva cobrar a conta dos assalariados e da classe média, pode perder todo o apoio da sociedade, inclusive daqueles que a reelegeram.

E isso inviabiliza um governo pela perda de confiabilidade. Perde a musculatura para transitar entre os grupos diversos da sociedade.

Aí tem que renunciar para aplacar a crise de credibilidade para que as relações possam ter continuidade.

Portanto, Dilma parece cavar o seu próprio fracasso. Na primeira crise a dificuldade de gerir os diversos interesses pela clara incapacidade de comunicação.

Até agora, início de segundo mandato, Dilma e alguns dos seus ministros são quem mais alimentam essa ruptura.

Uma pena porque todos perdemos com isso.

 

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