Meus irmãos.

06/09/2015 09:44 - Geraldo de Majella
Por redação

(*)Tibério Canuto Queiroz Portela

 

Meus irmãos.


Eu tenho muitos irmãos.Precisaria de um ábaco para contá--los.
Nunca ví o rosto desses meus irmãos e sequer sei seus nomes.
Mas sei de sua dor. Eles fogem dos horrores de uma guerra insana e ensandecida, milhares de vezes mais maldita do que a Rosa de Hiroshima.
Essa bomba não destruiu apenas duas cidades. Destruiu um país, a Síria, de uma arquitetura e cultura milenar. E espalhou meus irmãos sírios pelo mundo.
Como não verter lágrimas ao saber que meus irmãos estão se afogando nas águas do Mediterrâneo e sendo marcados como se fossem gados?

Mas eu tenho outros irmãos, além dos sírios.
Eles estão nos campos de refugiados de palestinos, no Norte e no Chifre da África, e no Afagenistão, claro.
Meus irmãos são espoliados por coiotes, afixiados em caminhões, verdadeiras câmeras de gás ambulantes, atravessam mares em barcos mais frágeis do que os de papel.
E meus irmãos sobreviventes - sim, há sempre alguém que sobreviva, assim como sobreviveram alguns judeus nos campos de concentração nazista - são recebidos por uma Europa dura e insensível, preconceituosa, intolerante e racista.
Meus irmãos são todos os que fogem da fome, da guerra, da intolerância religiosa, étnica, cultural e política.
No Dia do Irmão quero abraçar todos e gritar bem alto:
"Eu tenho tantos irmãos que não os posso contar. E uma irmã muito formosa chamada Fraternidade".

(*) Jornalista

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