Deputados e senadores estão articulados para pedirem ao Ministério Público Federal a cabeça do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Uma representação cautelar será entregue a Rodrigo Janot, procurador-geral da República.

Eles querem o imediato afastamento do poderoso peemedebista da presidência do Poder Legislativo enquanto durarem as investigações da Lava Jato. Ele foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema da Petrobras, no qual teria recebido cerca de US4 5 milhões.

35 deputados colocaram suas assinaturas, na semana passada, em um manifesto pela saída dele do comando da Casa. Eduardo Cunha já anunciou que não se afasta do cargo e nega o envolvimento. Inclusive acusou o governo Dilma de um acordo com o Rodrigo Janot para prejudicá-lo.

E enquanto a Lava Jato alimenta a crise política e econômica, e vice-versa, o mundo político treme com a possibilidade de um novo acordo de delação premiada. Dessa vez seria o mentor do operador Fernando Baiano, o lobista Jorge Luz.

Ele corre o risco de ser condenado a mais de 40 anos e é considerado personagem central e emblemático que pode explicar o esquema político e financeiro que beneficiava lideranças do PMDB na Petrobras.

Investigações apontam que Jorge Luz atua desde 1986 nas diretorias de Abastecimento e na Internacional.

E assim, a água fervida e turva da política brasileira não para de ter a sua temperatura aumentada.