Não tem sido fácil o trabalho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Já há apostas no meio político e financeiro que ele está com os dias contados. Em um governo que enfrenta sérios problemas econômicos, imensa dificuldade de comunicação, quem não é do centro do comando tende a ser enfraquecido nos embates internos ou externos.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defende, em entrevista, que o reequilíbrio fiscal exige o retorno do crescimento econômico. Levy segue o caminho da meta fiscal. Esta tem sido muito questionada e responsabilizada pela atual forte retração econômica.

Lá no Rio de Janeiro, por exemplo, o dono da marca Vitton, que patrocinou o botafogo e agora patrocina Fla, Flu e Vasco, anunciou a demissão de quase 200 funcionários e a vontade de suspender os contratos de patrocínios ainda este ano por causa da queda das vendas dos seus produtos.

Isso tem ocorrido na maioria dos setores. Claro que nada se deu repentinamente. Ninguém teve a sua renda minguada imediatamente. Nada disso. Mas o excesso de notícias negativas somadas à desarticulação do governo em vender otimismo, esperança e capacidade reação, fizeram com que os consumidores se retraíssem.

O senador Lindberg Farias (PT-RJ) é uma das vozes mais fortes que tem se levantado contra Levy. Claro, não deixa de reafirmar o apoio ao governo Dilma, mas quer mudanças urgentes na política econômica.

"Concretamente, nós não temos como avançar neste País com essa taxa de juros, e vale dizer: o impacto sobre a inflação não existe. Não aceitaremos cortes em programas sociais, na Educação ou na Saúde", defendeu.

Lindberg vai além ao dizer “que vai defender a Presidenta Dilma até o último instante, mas, pelo amor de Deus, mude essa política econômica! Falo isso porque a gente quer que este Governo dê certo, dê a volta por cima”.

E agora Levy?

“Joga pedra no Levy, ele é feito pra apanhar, ele feito pra cuspir. Maldito Levy.”