Haverá guerra entre os conselheiros Otávio e Anselmo?

26/08/2015 10:40 - Voney Malta
Por Voney Malta

Uma publicação em sua página no Facebook, no dia 24, às 17:38, o conselheireiro do Tribunal de Contas de Alagoas, Anselmo Brito, tem levado muita gente a acreditar que trata-se de um ataque direto ao presidente do TC, Otávio Lessa.

O texto, embora rebuscado, ao fazer referência a um certo “Palácio de Vidro”, claro que refere-se ao prédio do Tribunal. Ainda mais quando escreve: “Junta-se um bom punhado de “amigos”. Coloca-se cada um deles em lugares-chaves. Extrai-se também de cada um o que podem “oferecer de melhor” – o que não deve ser muito -, alguns, descuidados, deixam cair a máscara, desvelando o viés lombrosiano para dar o “charme”, o tempero, inclusive para estágio.

Ora, ao ser eleito presidente do órgão Otávio Lessa indicou para cargos de diretoria antigos  aliados que ocuparam secretarias, como ele próprio,  no governo Ronaldo Lessa, casos de Valter Oliveira e Daniel Bernardes,  que, respectivamente, respondem  pela diretoria de Recursos Humanos e Direção Geral.

Há quem digaque Anselmo Brito teria ficado bastante chateado por ter perdido para o conselheiro Cícero Amélio a disputa para corregedor-geral.

Pode ser. Não dá pra duvidar.

Especialmente quando ele usa no texto, entre outras, as palavras “tertúlia e lombrosiano”. A primeira é um substantivo feminino que significa reunião de amigos ou família, ou pessoas íntimas reunidas em prol de um objetivo único. A segunda significa uma pessoa que tem traços físicos típicos de criminosos.

Leia abaixo a postagem do conselheiro Anselmo Brito e tire as suas conclusões:

 

CONSTRUINDO UM TELHADO DE VIDRO EM CERTO “PALÁCIO DE VIDRO”.
 

Qualquer coincidência entre a realidade e este texto é isso mesmo, somente coincidência, pois não existem “Palácios de Vidros”,...

Junta-se um bom punhado de “amigos”. Coloca-se cada um deles em lugares-chaves. Extrai-se também de cada um o que podem “oferecer de melhor” – o que não deve ser muito -, alguns, descuidados, deixam cair a máscara, desvelando o viés lombrosiano para dar o “charme”, o tempero, inclusive para estágio.
A eles são dados os postos “sinecurosos”, que mesmo estipendiados com dinheiro público, não são controlados, comparecendo-se ou não, no horário ou fora dele, é-lhes garantido o recebimento (integral) dos valores por uma contraprestação também não aferível, quando alguma existe, uma vez que a competência, o comprometimento e o interesse público estão muito, propositalmente, além dos seus alcances e também, mesmo que se extenuem, não podem oferecer. Prebendas distribuídas.
Soma-se a tudo isso, a carta branca que é dada a esses “amigos” para tudo fazer, até de atentar quanto aos outros iguais (ou aos mais iguais “hierarquicamente” como poder administrativo), pois, desvaloriza-se a estrutura constitucional em nome da conversa de botequim institucional das sextas. Aonde isso vai levar? Mais à frente a resposta.
Além disso, deixar um sem número de outros integrantes de “postos não sinecurosos” em erro, negando-lhes o que é constitucionalmente garantido, é a maldade histórica, mas que funciona, pois os colocam a mercê do líder (pseudo). Pena que não se revoltam, pena que aceitam, pena que ainda não percebem a força que possuem e, as informações que detêm, não as utilizam por algum temor infundado, por isso, suplicam e não exigem. E a situação ainda pode agravar-se, quanto àqueloutros dos "postos sinecurosos", as suas demandas, são rápida e totalmente atendidas, em detrimento daqueles outros, aqui a impessoalidade é apenas algo sem significado e caso tenha algum, apontaria para a desesperança.
Em um ou noutro daqueles postos, também deve haver manancial para os “ghostbusters”.
É certo também que Estado de Direito, da lei, ou qualquer outra derivação feita capaz de entendimento pelo homem médio, em nossa realidade, é um “mito”, é uma quimera, passa até mesmo a ser um devaneio. Atitudes açodadas, travestidas de modernidade, “infladas” de eficiência, dão a tônica para que se parta do nada e aporte-se, tranquilamente, em lugar nenhum. Não podemos ter a dúvida que é isso o buscado! O entretenimento malicioso, o oba-oba folclórico, a operação São João (pular fogueiras), nada retrata, o mais fielmente possível, o estado de nossas coisas.
Já íamos nos esquecendo das figuras importantes dos “ditadores”, mesmo daqueles que ainda têm a “rispidez” de caráter, por isso mesmo teimam em não deixar, com a facilidade que o comandante da hora possui, de fazer-se o que é público como extensão do seu quintal, o que naturalmente incomoda àqueles que fazem do posto público, “bico”; daqueles que não podem dedicar um segundo a mais do seu tempo naquele posto, pois já têm outros compromissos ou negócios mais importantes, ou seja, é um “dinheirinho” a mais (com alguma, quando existe, contraprestação sofrível) e sendo público, sem controle, parece ser melhor ainda. Assim, existia um que tinha a seguinte saudação: “Heil Hitler”, copiada e adaptada dos romanos, odiosa, irrepetível, é fato, mas que poderíamos usar, devidamente atualizada, para espantar ou trazer a luz solar as mazelas que vemos dia após dia, não como surpresas ao acontecerem, mas como tristezas que ao homem, verdadeiramente público e “sem compromissos menores”, causam. Desta forma, que tal: “Salve serviço público”; “Salve recurso público”; “Salve competência”; “Salve comprometimento”; “Salve isonomia”; Salve impessoalidade”; “Salve transparência”; “Salve finalidade pública”; “Salve decência”...?
E ao final está pronto, o que era para ser técnico e profissional, passa a ser uma grande tertúlia (e nada mais), que de dois anos para “frutificar”, passado quarto e meio, apenas demonstra que não há diferença com o que já consumiu o quase septuagenário. Como certa letra de música, “palavras ao vento” escamoteando o que verdadeiramente acontece. Longe do Maranhão, é o próprio maranhão.

...telhados de vidros, sim!

 

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