As eleições municipais de 2016 deverão abrir um grande espaço para o surgimento de uma antipolítica, os chamados anticandidatos.

Reflexo da perda de credibilidade crescente e profunda da classe política. Desde a redemocratização são tantos os escandalosos casos de corrupção aqui, alhures.

De positivo, embora poucos percebam e valorizem, finalmente tomamos conhecimento e vemos alguma punição, apesar de toda a lentidão da justiça.

Mensalão, Lava Jato, Navalha, Taturana, Gabiru, uma lista enorme de operações. Claro, ter o nome citado não significa culpa. Mas o que importa mesmo é o crescente espaço para o anticandidato.

Considero isso muito perigoso, mas o momento parece permissível para a abertura desse espaço. O desgaste dos partidos e o distanciamento do eleitor com o político é o sinal.

Os primeiros nomes que surgem estão em São Paulo. Datena, Russomano e João Doria, todos vindos da televisão.

E em Alagoas? Nada, pelo menos até agora. A não ser o que todos sabemos: Rui Palmeira disputa à reeleição, não responde a nenhum processo, o que lhe dá uma grande vantagem.

Por outro lado, vem de uma tradicional família política e tem aliados suspeitos de envolvimento em irregularidades.

No entanto, o anticandidato, o antipolítico para enfrentá-lo seria quem? Esse é o problema. Os deputados federais Paulão e Cícero Almeida, por exemplo, têm pendências com a justiça.

Além do mais, viraram políticos profissionais por suas atuações. No caso específico de Paulão, ou de que qualquer outro nome, o desgaste do PT pesa excessivamente.

O antipolítico teria que ser crítico, desafiador e acusador contra os políticos profissionais. Mas será que algum partido em Alagoas abriria espaço para ele?

De minha parte, antipolíticos, os tais salvadores da pátria contra tudo e contra todos são perigosos.

Mas os ventos parecem soprar a favor deles, pelo menos por enquanto.