Ex-diretor da BR nega acusações e ligação com Collor

12/08/2015 10:44 - Voney Malta
Por Voney Malta
Image

Passou despercebido por muita gente uma movimentação realizada no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. O ex-diretor da BR Distribuidora, José Zonis, tomou a dianteira ao enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) informações detalhadas e esclarecedoras sobre a licitude da movimentação de sua conta bancária.

Depoimentos de delatores o apontam como uma indicação do senador Fernando Collor (PTB-AL) no cargo da BR. Zonis também teria entregado ao STF detalhes esclarecedores sobre uma suposta movimentação financeira considerada suspeita de R$ 1 milhão.

O dono de uma construtora que está preso, Ricardo Pessoa, em seu acordo de delação premiada teria dito que pagou R$ 20 milhões em propina para fechar contratos na BR Distribuidora. Parte desse dinheiro teria sido destinada a um suposto "grupo" ligado a Collor, o que motivou uma dura e indignada reação do político.

Bom, no mundo jurídico a Operação Lava Jato tem sido bastante discutida e muito mais questionada e criticada pela classe advocatícia. Até mesmo os termos delação e colaboração premiada, dependendo do ponto de vista, são as palavras usadas de acordo com o lado em que se está.

Os que questionam a Operação usam a palavra delação. Os procuradores, principalmente, lutam para que essa palavra seja trocada por colaboração. Claro que, historicamente, a primeira tem um sentido profundamente negativo, ao contrário da segunda, colaboração.

É guerra até no uso das palavras.

Resta-nos esperar tentando não fazer julgamentos antecipados tomando apenas como base declarações de procuradores, responsáveis pela acusação, delatores que tentam acusar para salvar a pele, sem falar da divulgação seletiva de detalhes das investigações.

Leia abaixo mais detalhes sobre o caso:
 
Ex-diretor rebate acusações de apadrinhamento e nega ligação com Collor
 

Em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-diretor da BR Distribuidora José Zonis rebateu as supostas informações e declarações de delatores que apontam que ele foi promovido na Petrobras por ser uma indicação política do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Zonis enviou também ao Supremo detalhadas informações que comprovam que as movimentações financeiras da sua conta bancária são lícitas.


Zonis apresentou uma série de documentos ao Supremo para justificar suas movimentações financeiras e afirmou que, na época dos fatos, sua renda era formada pelo salário como diretor da BR Distribuidora em torno de R$ 80 mil, além de remunerações como conselheiro da Liquigás e da Companhia de Distribuição de Gás Natural.
 
Em relação à movimentação financeira suspeita de R$ 1 milhão identificada pelo COAF, o ex-diretor alegou que se trata de um resgate de um fundo de previdência privada.O dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou em seu acordo de delação premiada que pagou R$ 20 milhões em propina para fechar contratos na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, e que parte disso teria sido destinado a um suposto "grupo" ligado a Collor. O delator não deu nenhum detalhe sobre o tal "grupo", motivando também reação indignada do senador em discurso na tribuna do Senado Federal. 


“O ex-diretor não tem nem nunca teve qualquer relação pessoal com o senador Fernando Collor, dele não tendo recebido qualquer espécie de apadrinhamento político”, diz um trecho do documento do ex-diretor da BR Distribuidora.
 
Pessoa contou aos investigadores que aceitou pagar os recursos porque teve conhecimento de que o então diretor de operações e logística, José Zonis, seria afilhado político do senador. A defesa de Zonis afirma que Pessoa mentiu e que “desconhece por completo os motivos, as razões de ordem prática e as angústias psicológicas que levaram o empresário a mencioná-lo em sua delação premiada”.
 
Os advogados admitem que o ex-diretor teve encontros com Pessoa, mas sustentam que foram todos institucionais. Eles apontam ainda que as promoções profissionais de Zonis foram motivadas devido a sua “destacada atuação, sem qualquer vinculação política”.

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..