Enquanto a presidente Dilma Rousseff tenta reconstruir suas relações políticas com o congresso, não há uma semana sem que ações da Operação Lava Jato deixem de por mais combustível na crise política e econômica.

Agora entre os presos está José Dirceu. É 17ª fase da operação, batizada de Pixuleco, em alusão ao termo utilizado para nominar propina recebida de contratos. Essa prisão vinha sendo esperada.

O ex-ministro vinha cumprindo prisão domiciliar por sua condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão. Ele teve o nome citado na Lava Jato por conta de pagamentos recebidos por sua empresa de consultoria.

 Bom, e Agosto chegou, depois vem setembro. Para muita gente, caso Dilma sobreviva no cargo por esses dois meses vai conseguir terminar o mandato.

Serão meses de duros embates políticos. E é preciso amansar, principalmente, a Câmara dos Deputados. O toma lá dá cá é a única saída. Promessas de liberação de recursos para emendas e cargos tem sido o único caminho.

Essa é a regra. Esse é o modelo. Essa é a relação possível e necessária neste momento em que o próprio presidente, Eduardo Cunha, embora do PMDB, bandeou-se para a oposição. O PSDB e o DEM comemoram e lambem os beiços de satisfação.

Eles apostam na reprovação das contas da presidente Dilma Rousseff e vêm Cunha como um agente facilitador da eventual tramitação do impeachment após o rompimento com o governo.

Será que o momento conspira a esse favor?

Agosto e setembro serão decisivos.

Mas há algo perigoso rondando o ar.

O afastamento da presidente sem algo forte e concreto que a atinja pode nos levar a um lugar desconhecido e indesejável que a ruptura política pode construir.

A hora para que o entendimento político e o equilíbrio nas relações seja o caminho para uma saída está passando.