Candidato em 1998 e em 2002, Ciro Gomes ensaia o retorno ao palco de disputa pela Presidência do Brasil. Para tanto tem conversado com o presidente do PDT, Carlos Lupi, para que o seu grupo político ingresse na sigla.

Em entrevista no Rio de Janeiro, Ciro afirmou que olha com carinho para 2018. Por sua vez, Lupi declarou que as conversas estão adiantadas, embora uma coisa não esteja condicionada outra – “a vinda dele e do grupo dele à candidatura”.

Na mesma entrevista e numa declaração com todo jeito de candidato, Ciro Gomes criticou a política econômica do governo Dilma Rousseff ao prever uma retração de 2% do Produto Interno Bruto este ano.

Também de antena ligada em 2018, o ex-presidente Lula articula com senadores do PMDB, casos de Renan, Sarney, entre outros, uma reaproximação política e de apoio ao governo petista diante das dificuldades políticas e econômicas atuais.

No entanto, ambos, Ciro e Lula, precisam costurar um entendimento que ponha fim ao projeto do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que prometeu votar até o fim do seu comando na Casa a implantação do parlamentarismo.

(Sobre esse tema, você pode ler texto publicado neste espaço no dia 29 de junho).

Da maneira como as relações políticas têm sido tocadas de forma estremecida e nervosa entre o governo e os partidos da situação e da oposição, as lideranças políticas precisam agir para enfrentar o conservadorismo e o radicalismo de direita que vem sendo liderado por Eduardo Cunha.

Caso contrário, ele continuará tocando e impondo votações que só aumentam as dificuldades de relação política entre os partidos da base aliada. Porém, cabe, principalmente, ao governo finalmente agir e agradar aos parlamentares com cargos e liberação de emendas.

Esse é o alimento que eles precisam. E esse ainda é o modelo político e administrativo brasileiro. O famoso toma lá, dá cá. Caso contrário, Dilma, Lula e o PT continuarão sangrando.