E assim vamos seguindo, ao sabor dos ventos e do humor de momento. Mudamos a legislação sempre que um governo democraticamente eleito enfrenta graves turbulências ou, ao contrário, quando está muito bem avaliado, caso da instituição da reeleição aprovada no governo FHC.

Somos reféns da imaturidade política, da intolerância e das conveniências. É o caso da redução da maioridade penal. Para dar uma resposta a uma parte hoje majoritária da sociedade, mais adolescentes na cadeia é a solução apontada, quando, na verdade, dever-se-ia estar sendo discutida a educação e a falta de investimentos dos governantes.

Tão grave quanto à questão anterior, agora vem pesquisa Data Folha mostrando que o brasileiro é, pela primeira vez, majoritariamente contra a reeleição. Hoje só 30% são favoráveis, enquanto em 2005 eram 65%. Os contrários pularam de 39% para 67%.

Ou seja, claro está que somos guiados pelo momento. O danado é que não conseguimos ter uma sequência de continuidade de normas, de leis, de construção e solidificação de algo firme e duradouro, enfim. Mesmo que naquele instante algo nos desagrade firmemente.

Caso concreto agora com a péssima avaliação do governo Dilma e do PT e da atividade política, hoje sinônimo de corrupção por conta do Mensalão e da Operação Lava Jato, entre tantos outros casos revelados nos estados e municípios nos poderes Executivo e Legislativo. De fato, sentimos hoje uma forte rejeição geral à política.

Leia abaixo reportagem:

MAIORIA NO PAÍS AGORA REPROVA A REELEIÇÃO

247 – Uma pesquisa Datafolha aponta, pela primeira vez, que o apoio majoritário ao instituto da reeleição desapareceu.

Atualmente, só 30% são favoráveis – contra 65% em 2005, na véspera do ano eleitoral que teria o então presidente Lula concorrendo a um segundo mandato. Já os contrários pularam de 39% para 67% desde o último estudo.

Na Câmara, os deputados aprovaram um projeto que a extingue reeleição por um placar de 452 votos a 19. Para vigorar, a nova lei precisa passar por nova votação na Casa e, depois, ser aprovada pelo Senado.

Sobre a alteração do tempo de mandato dos políticos, a maioria (53%) disse ser favorável a cinco anos para todos os cargos eletivos, como aprovado pela Câmara.

O Datafolha também aponta que a rejeição à obrigatoriedade do voto bateu o recorde da série de pesquisas a respeito.

"A rejeição a Dilma pesa, mas não só. Há um contexto muito forte de rejeição geral à política, que vem desde junho de 2013", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.