Criada há décadas para prestar serviços de distribuição de água e captação de esgoto, nos últimos tempos a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) tem sido bastante criticada. Na semana passada foi acusada pela Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (Sempma) de ser responsável por uma ligação clandestina de esgoto na orla marítima.

A companhia rechaçou a acusação, mas antes levou duras pancadas de membros do governo de Maceió, inclusive do prefeito Rui Palmeira (PSDB). Para servidores da empresa com quem conversei, há muita injustiça, por falta de conhecimento, da parte dos críticos.

A Casal sabe que o serviço que presta não é de extrema qualidade e sofre dificuldades de ação porque na composição do preço da tarifa não consta o item investimento. Muitos municípios só exigem, mas não ajudam quando a questão é investimento. Com exceção de Maceió, quase todos os demais municípios alagoanos devem a empresa.

Os investimentos necessários para melhorar a companhia dependem de ação conjunta entre estado, município e governo federal. Todos os entes são responsáveis legalmente. Um projeto de R$ 400 milhões, feito há poucos anos, previa melhorias na rede de captação de esgoto e distribuição de água.

Só que não houve a liberação de recurso pela união, nem a contrapartida do governo de Alagoas, muito menos qualquer ação ou participação dos municípios. Portanto, não adianta apenas atacar, culpar e responsabilizar a Casal.

Há quem acredite que as críticas e a superexposição da empresa façam parte de uma estratégia de desmoralização para privatizá-la. Será?

Mas é fato que é a energia é o seu maior insumo, assim como as constantes quedas no fornecimento de energia que queimam as bombas d’água e causam enorme prejuízo.

É fato que a Casal ajudou muitos políticos na ampliação dos seus poderes e da conta bancária, naturalmente.

É fato que só acusar não resolve. Os trabalhadores querem ser tratados como são e merecem, reclamam, “não com declarações que acusam e condenam sem direito de defesa”.

Falam os servidores que a Casal é como a polícia, que longe faz falta e perto incomoda.

Outros acham que ela virou a Geni das Alagoas – em alusão a música Geni e o Zepelim, de Chico Buarque. Leia trecho abaixo:

“...E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni...”