Autoridades dão vexame em audiência pública da CPI

19/05/2015 06:02 - Geraldo de Majella
Por redação
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da violência contra Jovens Negros e Pobres da Câmara Federal realizou uma audiência pública no plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas. A CPI foi constituída no dia 20 de março deste ano, com objetivo de apurar as causas, razões, consequências, custos sociais e econômicos da violência, morte e desaparecimento de jovens negros e pobres no Brasil.

Os membros da CPI, os deputados Reginaldo Lopes (PT-MG), Paulão (PT-AL), Edson Moreira (PMN-MG) e Rosângela Gomes (PRB-RJ), já estiveram nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro. Depois de Alagoas, eles seguem para São Paulo, onde está convocada uma audiência pública para o dia 25 deste mês.

A sessão se iniciou com discursos longos das autoridades – desconfio ter sido proposital, para cansar o público assistente. Dela participaram familiares de vítimas da violência policial como as mães do jovem negro desaparecido depois que foi abordado por policiais militares Davi Santos, a dona de casa Maria José, a educadora Ana Claudia Laurindo e a educadora Maria José (Zezé), entre outras e dezenas de ativistas dos movimentos sociais.

Depois dos longos discursos na hora dos familiares, das entidades e ativistas falarem, os secretários retiraram-se, com a desculpa de que tinham outros compromissos previamente agendados. Primeiro a sair foi o secretario de Defesa Social Alfredo Gaspar de Mendonça, em seguida Rosinha da Adefal, secretaria da Mulher da Cidadania e dos Direitos Humanos, Claudia Petuba secretaria da Juventude, Lazer e dos Esportes e Flávio Gomes representante do Ministério Público. 

O discurso oficial em Alagoas não é para ser levado a sério. A violência é institucionalizada em nosso estado. O discurso oficial foi descontruído pelos familiares e pelos movimentos sociais.

As autoridades não esperaram para discutir os problemas reais da violência policial e de como essa prática tem sido incentivada.

As vozes dos familiares das vítimas e dos ativistas foram ouvidas pacientemente pelos deputados.

Felizmente a CPI foi transmitida pela TV Assembleia, e milhares de alagoanos tomaram conhecimento de muitas ações violentas das polícias.

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