Estado e municípios discutiram na manhã desta segunda-feira (18), na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), medidas para superar a crise na saúde estadual e assim, evitar o fechamento de hospitais. Uma parceria entre o Governo de Alagoas e o Ministério da saúde pode ser a opção.
A pauta principal da reunião foi a falta ou insuficiência de recursos destinados para os hospitais públicos de pequeno porte em Alagoas, sobrecarregando assim os municípios, que diante da crise, consideram inclusive, o fechamento de unidades.
De acordo com a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, a política antiga de construir e entregar hospitais nas mãos dos municípios, não funciona mais e coloca em risco a população.
“Os municípios já não conseguiam administrar essas unidades e nesse momento de crise, a situação beira o colapso. Em outras gestões o Estado foi ausente e agora, o governador determinou que fizéssemos um planejamento para apoiar os municípios nas gestões destes hospitais, mas claro, com ajuda do Ministério da Saúde”, afirmou.
Rozangela lembrou ainda, que reuniões estão sendo feitas para coordenação desse processo. As áreas 2, 3 e 4 dos municípios alagoanos já foram avaliadas, faltando apenas a área 1 para conclusão desta avaliação e posteriormente apontar a necessidade financeira de cada unidade.
Sobre a necessidade de cada município, o secretário de saúde de Arapiraca, Ubiratan Moreira, afirmou que o déficit é grande e que o alto número de hospitais não tem ajudado a fechar a conta.0
“Para você ter um hospital desse funcionando 24 horas, é necessário um médico plantonista, que será substituído por outro, além dos funcionários. Em média, esse trabalho custa entre R$ 400 e 450 mil, enquanto os municípios tem apenas R$ 150 mil para pagamento. Quem paga o restante? Hoje, você encontra regiões com 8 municípios e 6 hospitais, o que é um exagero. Invista nas unidades centrais e torne as outras em áreas setorizadas e de retaguarda. O pior de tudo isso, é que neste momento, é difícil até de imaginar de onde tirar dinheiro”, criticou.
Sobre um possível fechamento de unidades hospitalares no Estado, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems-AL), a presidente Normanda Santiago não confirma a medida, mas aponta que a parceria com o Ministério da Saúde é fundamental para manutenção.
“Não pensamos em fechar unidades, porque isso seria prejudicial, principalmente para a população alagoana do interior. O Estado já se mostrou solidário às prefeituras, mas o convênio com o Ministério da Saúde é fundamental para o financiamento e manutenção dos hospitais”, completou.
*Colaborador