Minhas Alagoas São Outras I

13/05/2015 12:15 - Geraldo de Majella
Por redação

 

A primeira vez que fui a Penedo ainda era adolescente. Encantei-me pela cidade, amor à primeira vista. A visita foi rápida, meu pai tinha compromissos e não poderia me apresentar a cidade. Anos depois, voltei para conhecer e caminhar pelas suas ruas e becos.

Iniciei a segunda visita, desta vez, em companhia de amigos pela Praça 12 de Abril, onde olhei admirado o rio São Francisco, entrei na igreja de N. S. das Correntes, uma obra de arte barroca de 1729.

O estilo barroco, os azulejos portugueses, mais tarde soube serem policromados e o altar-mor folheado a ouro. Tudo na igreja era majestoso, aliás continua sendo e permanecerá assim por séculos sem fim.

Alguém, durante a visita, falou de um esconderijo no subsolo utilizado pelos escravos, que tinham a proteção de religiosos.

Entre lendas e mitos me apresentaram a Penedo, uma cidade heroica e pomposa, aristocrática nas suas tradições, mas que só anos depois me familiarizei com a sua história.

O Museu do Paço Imperial me impressionou pela diversidade e pela variedade de obras expostas. O acervo, por ser particular, me impactou ainda mais.

Ao andar pelas ruas, subindo e descendo ladeiras, parando diante do casario, fotografando e sentando em suas praças, deparei com a Barão de Penedo, uma das que mais me atraem.

O prédio da Prefeitura, o Oratório dos Condenados à Forca, de 1769 – nesse local os prisioneiros rezavam enquanto esperavam a execução capital. Nessa quadra hoje há indicação de ter sido durante o período de dominação holandesa que foi erguido o Forte Mauricio de Nassau. A imponente Catedral Diocesana de N. S. do Rosário, construção de 1690, compõe o conjunto de prédios históricos.

Diante da Praça Rui Barbosa está o Convento de São Francisco e a igreja de Santa Maria dos Anjos, construídos entre 1660 e 1759. O estilo é barroco e rococó, também com altar-mor folheado a ouro e o museu com imagens sacras e móveis antigos, No mesmo conjunto arquitetônico está a Casa São Francisco, que conta a história da ordem franciscana.

O Teatro Sete de Setembro, de 1884, projeto do italiano Luigi Lucarini, em estilo neoclássico, é o primeiro teatro de Alagoas. A poucos metros fica a igreja de São Gonçalo Garcia, de 1758, com traços barrocos ornamentados por pedra calcária.

A Fundação Casa do Penedo é uma criação do médico psiquiatra e acadêmico Francisco Alberto Sales, que em 1992 abriu ao público a biblioteca de 50 mil exemplares de escritores alagoanos, nacionais e estrangeiros, e demais acervos. Em convênio com a Petrobras foram especialmente catalogados cinco mil livros e a biblioteca foi totalmente informatizada, disponibilizando ao público imagens de Penedo, todas digitalizadas para consulta por computador.

O meu retorno a Penedo será para conhecer as 1.200 imagens da cidade e o que for mais possível ver do acervo raro da Fundação Casa do Penedo.

Alagoas deve um reconhecimento público à generosidade do médico Francisco Alberto Sales e a seu espirito de preservação da história do Penedo e das Alagoas.  

 

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