Relatório da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) da Presidência da República apresenta o Índice de Vulnerabilidade Juvenil ― Violência e Desigualdade Racial IVJ, indicador inédito, utilizado no mapeamento, com o qual foi constatado que jovens negros de 12 a 29 anos estão mais expostos à violência.
O estudo é resultado de uma parceria entre SNJ, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ministério da Justiça e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil.
Numa escala de 0 a 1, Alagoas (0,608) aparece como local de maior risco, seguido pelos estados da Paraíba (0,517), Pernambuco (0,506) e Ceará (0,502), na região Nordeste.
Nos estudos realizados tanto por pesquisadores como por órgãos do governo federal, invariavelmente o estado de Alagoas aparece no topo do pódio da escalada de violência.
“Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas no Brasil. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros. A maioria dos homicídios é praticado por armas de fogo, e menos de 8% dos casos chegam a ser julgados”.
As ações anunciadas pelos governos federal e estadual não são factíveis, pois negligenciam o problema. É o caso do Programa Juventude Viva. Ao ser criado por motivação eleitoral e numa tentativa de responder às criticas, o governo federal tentou e não conseguiu agrupar programas consolidados nos ministérios e, com uma roupagem “nova”, apresenta-los aos estados e municípios.
O resultado é um fracasso. Inexiste como programa integrado e não articula com os estados e municípios ações concretas. Os entes federados, estados e municípios, também se desobrigam das suas responsabilidades.
O jogo de empurra é mantido e a escalada de violência cresce. Os jovens, negros e pobres são as principais vítimas, e a persistir a incúria governamental, a matança continuará sem fim.
Reduzir a violência homicida e garantir direitos fundamentais é o desafio para o governo de Alagoas.
O marketing pode muito, mas não consegue esconder a realidade por muito tempo.