Eleição para vereador poderá ser por voto distrital

23/04/2015 10:36 - Voney Malta
Por Voney Malta

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal decidiu, ontem (22), que os vereadores dos municípios com mais de 200 mil eleitores serão eleitos por voto distrital. Para valer nas eleições de 2016, a matéria ainda vai á Câmara dos Deputados e precisa ser aprovada até outubro.

Essa forma de votação só ocorre em municípios com mais de 200 mil eleitores. Em alagoas, por exemplo, o único município com mais de 200 mil eleitores é Maceió – quase 600 mil. Então, a capital é dividida, pela justiça eleitoral, em distritos, em número igual ao de vagas na Câmara de Vereadores - 21. E cada distrito elege o vereador mais votado.

O que os senadores estão iniciando é, na prática, a reforma política. De fato, algo precisa ser feito para aproximar o eleitor do candidato e baratear as campanhas eleitorais tão viciadas, tão dependentes de dinheiro.

Autor da proposta, o senador José Serra (PSDB-SP) entende que o atual sistema proporcional, com lista aberta, possibilita que o eleito ignore o eleitor, que sós e encontrar a cada quatro anos.

 De fato, basta buscarmos em nossa memória em quem votamos na eleição para vereador em 2012 e em 2018 e quantas vezes nos encontramos ou tivemos acesso a quem demos o voto.

O voto distrital deixa o eleito visível para toda a comunidade, tenha você votado ou não naquele nome. Teoricamente, o voto distrital parece mais simples, transparente e aparenta resgatar a soberania do voto.

Outro fator é que o voto distrital derruba os estratosféricos custos das campanhas. E isso é fundamental para os políticos lá em Brasília porque, segundo especulam, continuam cheios de dívidas da eleição do ano passado e não conseguem, por conta da Lava Jato, ajuda de empresários e “acesso ao governo”.

O senador José serra usa um argumento para provar a redução dessa despesa. Ele toma como exemplo o Rio de Janeiro, que em 2012 teve 1.600 candidatos a vereador disputando os votos de quase 5 milhões de eleitores. “No sistema distrital, com um candidato por partido, teríamos em média de cinco ou seis candidatos por distrito, disputando o voto de 95 mil eleitores. Note-se que o candidato precisa atingir 95 mil eleitores e não mais 5 milhões de pessoas. Evidentemente, o custo de campanha desabaria, do mesmo modo que o peso dos grandes financiadores de eleições”, explica Serra.

E você, caro leitor e eleitor, o que acha?

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..