Brasilia -  O termo usado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, foi “molecagem”.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, fala em “alopragem”.

Os adjetivos estão sendo usados no PMDB para o pedido do registro do PL, no TSE, e se referem aos ministros Aloizio Mercadante e Gilberto Kassab.

O registro reforça a desconfiança do PMDB.

Desabafo da Dilma

Desabafo de um ministro em conversa esta semana no Palácio do Planalto: "Hoje existe arrependimento no governo pela eleição de Renan Calheiros como presidente do Senado. A bancada do PT queria votar em Luís Henrique. Se isso tivesse acontecido, o governo não estaria hoje refém de Renan

Corte pede Renan

Se aplaudimos o “Mais Médicos”, está na hora do “Menos Ministérios”, diz o senador Renan Calheiros ao defender a extinção de 50% das pastas ministeriais do governo Dilma.

Como forma de racionalizar a máquina, a redução tem razão de ser. Mas como contribuição ao ajuste fiscal o efeito é zero.

É que há pelo menos 10 ministros que só têm uma sala, motorista e meia dúzia de assessores.

Mudou de regime

A cada derrota de Dilma Rousseff no Congresso, surge alguém para anunciar que a República mudou de regime. O parlamentarismo, que andava esquecido, virou a palavra da moda no governo e na oposição.

A explicação é simples: diante de uma presidente acuada, o PMDB passou a dar as cartas. Com menos de 13% das cadeiras da Câmara, o partido capitalizou a insatisfação geral com o governo e passou a submeter o Planalto às suas vontades.

"Do ponto de vista político-administrativo, nós vivemos no parlamentarismo. A presidente não sabe ainda, mas quem governa o Brasil hoje é Renan Calheiros, na presidência do Senado, e Eduardo Cunha, na presidência da Câmara", provocou o tucano Aécio Neves, na revista "Istoé".

As ações do PMDB têm um objetivo comum: retirar poderes do governo e transferi-los ao Congresso, ou seja, ao próprio PMDB. Os petistas, que reinavam tranquilos há 12 anos, começaram a acusar o golpe.

"Nosso sistema é o presidencialismo de coalizão. O país funciona desse jeito. Nós podemos até discutir uma mudança, mas isso não é cabível neste momento", afirmou ontem o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

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