Direita ou esquerda?

24/03/2015 20:56 - Omar Coêlho
Por redação

O brasileiro costuma crucificar seus representantes políticos nos diversos níveis do Legislativo, tal como os do Executivo, por, em sua maioria, não trabalharem em busca de uma melhor condição de vida e oportunidade para todos, mas, essencialmente, para os seus grupamentos partidários.

 

Temos uma extensa lista de partidos políticos, são 32 para ser mais exato, para todos os gostos e espécies, e mais uma penca por vir (outros 41 pedidos de registro estão em andamento). Muito se fala na tal reforma política, como se está tivesse o condão de mudar a nossa triste realidade político-social.

 

Não há dúvida que a primeira grande e mais urgente reforma é a educacional. Essa sim, nos tiraria das trevas para nos alçar aos mais límpidos horizontes. Não atingiremos a maturidade política, senão através de um processo educacional voltado à primazia do saber. Os inúmeros programas educacionais que visavam tirar o Brasil do analfabetismo, formando uma legião de alfabetizados funcionais, não resolveram a questão, porque não transformaram o ser humano em cidadão, mas num arremedo de homem, ou mulher, para ser politicamente correto. 

 

Portanto, a discussão que tem tomado boa parte dos nossos noticiários, à exceção dos escândalos de corrupção, sobre a reforma política deveria ter, em primeiro lugar, a discussão sobre o processo educacional que vem sendo executado no Brasil: inservível e imprestável, para a formação de uma sociedade justa, digna e igualitária.

 

No entanto, a discussão levada a efeito vem no sentido de alterar as regras do sistema eleitoral e de tentar baratear os elevadíssimos custos das campanhas. Muito se houve falar no voto majoritário, proporcional, distrital, distrital misto e nada se sabe com profundidade. O fato é que quem vai fazer a tal reforma são os próprios políticos, que depois serão os primeiros usuários das novas regras para retornarem ao “bem bom”, pouco se preocupando, na sua maioria, em simplificar o processo visando uma maior participação popular.

 

Para confirmar o que estou dizendo, veja o sobrenome da maioria dos novos parlamentares pelo Brasil afora? O sistema eleitoral brasileiro existe para perpetuação das tradicionais famílias políticas, verdadeiras castas. E o que é pior, eles são eleitos utilizando a estrutura do poder, enquanto suas campanhas são financiadas por empresas, públicas e privadas, por serviços já prestados ou que prestarão, sabe-se lá como e para qual fim. Este processo torna a campanha dos “marinheiros de primeira viagem” caríssima e extremamente desproporcional.

 

No meu pensar, superada a questão educacional, premente e prioritária, todos os partidos deveriam ser reagrupados em 7 partidos, ideologicamente definidos: Extrema-Direita, Direita, Centro-Direita, Centro, Centro-Esquerda, Esquerda e Extrema-Esquerda. Quem não encaixar-se numa dessas linhas ideológicas, não se encaixará em nada neste mundo. Nesse contexto, há espaço para albergar os socialistas, comunistas, liberais, neoliberais e assim por diante.

 

Outro ponto que precisa ser banido são os altos custos das campanhas. A Justiça Eleitoral deveria orçar os valores máximos de gastos e fiscalizar os candidatos para averiguar se estavam dentro dos padrões estabelecidos. A verdadeira “farra” de cavaletes, bandeiras, carros de som, equipes de apoio, destoam entre os candidatos, tornando o pleito desigual e sem limite financeiro. Hoje, após as denúncias de corrupção, é que temos noção de onde vem tanto dinheiro assim. E não tenho receio de afirmar que não é só com os governistas que esses esquemas atuam. Eles estão em todos os lados.

 

Pois bem, não tenho a intenção de ser o dono da verdade, nem o senhor da razão, apenas esbocei algumas propostas para ampliar o debate, que estou sempre aberto, visando aprimorarmos o diálogo em conjunto.

 

Até a próxima!     

 

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..