A cena cultural alagoana tem apresentado um notável crescimento em produções e eventos nos últimos anos, levando em consideração os meios técnicos, artísticos e estéticos. No entanto, produzir tem sido uma tarefa árdua para o segmento, que vem tentando driblar a falta de investimento e a escassez de espaços culturais acessíveis ao público. Ainda assim, grupos continuaram produzindo e procurando formas de enfrentar as dificuldades encontradas.

Cadu Ávila é produtor cultural e conta que uma das dificuldades é a falta de espaços que contemplem o público em sua totalidade, já que a maioria está localizada nos bairros mais nobres da cidade, o que dificulta a participação da comunidade devido à distância.

“Os equipamentos de cultura são poucos e estão localizados na parte baixa da cidade. Existe uma grande carência de cultura de qualidade nas comunidades periféricas. Além do fato de não existir um teatro e outros equipamentos similares, não temos um transporte adequado para garantir a permanência das pessoas durante a madrugada em eventos culturais. Toda essa falta de estrutura atrapalha nosso trabalho” declara o produtor.

Por outro lado, o produtor reconhece uma melhora no que se refere ao apoio cultural vindo da prefeitura de Maceió. “Em relação aos governos, há dois anos muita coisa melhorou no município com a abertura de editais e a democratização do processo de seleção de grupos culturais” declara Ávila.

Mas quando se trata de apoio que deveria vir do governo, ele afirma que a cena cultural sofre com a falta de comprometimento na aplicação da Lei de Incentivo à Cultura.

“Já no governo do Estado não vimos muitos avanços. Nos falta uma aplicação da Lei estadual de cultura, essa seria a principal ferramenta de trabalho e acesso, a recursos que os produtores e artistas em geral precisam para conseguir sobreviver de forma digna, a partir da sua arte” afirma Cadu Ávila.

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