Meu primeiro carnaval

07/02/2015 05:34 - Geraldo de Majella
Por redação

Meu primeiro carnaval é o título do CD do poeta, livreiro e compositor Marcos de Farias Costa, onde se apresenta cantando frevo alagoano de corpo e alma. Marcos é um intelectual multifacetado, um tipo raro na atualidade, que surpreende a todos, inclusive aos amigos mais próximos. 

Desta vez ataca de intérprete das suas músicas, os frevos. Marcos é autor de dezenas de composições e tem parceria com compositores e músicos, como Edécio Lopes, Ibys Maceió, Gustavo Gomes, Stanley de Carvalho, Juvenal Lopes, Robson Amorim, Tânio Barreto, Wellington Pinheiro, José Gomes Brandão e com o seu irmão, Marcondes Costa, o mais constante entre os seus parceiros.

        Mas afinal o que significa frevo alagoano? É o frevo composto a partir de temas e motivações alagoanas. Onde a cultura, o povo e os costumes são traspostos para as músicas. Em resumo: a identidade alagoana. Não se trata de mudanças melódicas. Pode parecer pouco, ou mesmo um detalhe, mas é a essência do que somos, a alma, a nossa identidade a ser preservada e perpetuada através da música, e nesse caso em particular, do frevo que arrasta multidões.

Isso não significa transformar o frevo feito em Pernambuco ou em qualquer parte do Brasil em alvo da nossa rivalidade. Não é isso e nem de longe se pode pensar tão pequeno. O frevo alagoano que Marcos e muitos outros compositores alagoanos querem e vêm fazendo é o caminho da afirmação de uma identidade, é a produção de um ritmo musical com o sotaque e o selo de Alagoas, nada mais que isso.

        O frevo de Marcos de Farias Costa, Stanley de Carvalho e Edécio Lopes, este último nascido em Pernambuco, trata de motivações, retrata pessoas e temas locais que exaltam as nossas tradições e riquezas culturais.

        O Moleque Namorador, folião notável, imortalizado e lenda dos antigos carnavais de Maceió, é um dos personagens homenageados por Marcos e Stanley de Carvalho num dos frevos, que tem o insuspeito título de “Moleque Namorador”:

 

“Bumbo, surdo, caixa e tarol

Arrocha os metais em bemol

O frevo promete

Azeita o moleque

Que diz que é namorador (Bis)

Enquanto eu me aqueço

Esquenta essa troça

Que na Ponta Grossa

Eu sempre arranjo um amor

Eu sou enxerido

E já na sexta-feira

A minha nega sabe como eu sou

Eu sou sempre moleque

Criança ainda

Na quarta-feira de cinzas

Volto e dou meu alô” (Bis)

 

Evoé, Marcos de Farias Costa.

       

 

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