A segurança pública e as prioridades do governo

30/12/2014 10:33 - Geraldo de Majella
Por redação

 

A declaração do promotor de justiça Alfredo Gaspar de Mendonça ao Cada Minuto, após o Conselho Superior do Ministério Público Estadual (MPE/AL) aprovar por unanimidade o seu afastamento temporário para assumir o cargo de secretário de Defesa Social, merece uma reflexão.

        A leitura possível a partir da declaração ao Cada Minuto deixa em aberto o quanto a segurança pública será efetivamente prioridade. Vejamos o que foi dito: “O governador já deixou claro que irá fazer o possível para manter o combate à criminalidade em Alagoas. O atual governo encerra a gestão com a Lei de Responsabilidade de Fiscal no limite, ou até mais, e o futuro gestor vai encontrar da mesma forma. Mas, se nos primeiros meses essa situação mudar, todo esforço será atendido”.

        O equilíbrio das contas públicas é essencial, mas como segurança pública requer investimentos e custeio diário, essa equação terá de ser resolvida em favor da sociedade e da vida.

        O condicional é, para os governos, o que termina e o que sucede − a palavra mágica. A frase no condicional: “Mas, se nos primeiros meses essa situação mudar, todo esforço será atendido” acende um sinal de alerta antes da posse.

        Como a segurança pública é um caso excepcional, pelo menos durante a campanha eleitoral os candidatos afirmaram que dariam a ela prioridade. Até mesmo apresentaram as soluções através de animações gráficas no horário eleitoral.

Acontece que diante da realidade dura deixada pelo governador Teotônio Vilela Filho, talvez não seja o caso de afirmar que o governador Renan Filho receberá uma herança maldita, mas, isto sim, um campo minado. Recorro a uma expressão do teatro de guerra tão ao gosto das polícias.

De qualquer modo, é prudente entender a mensagem do governador em face do rombo das contas públicas.

Chamaram-me a atenção, na entrevista do secretário, dois outros pontos: “O norte que segui aqui no Ministério Público será continuado. Sei que na Seds o trabalho é muito mais complexo e abrangente, mas acho que um trabalho em conjunto com a saúde, educação e lazer pode fazer a sociedade alagoana ainda mais consciente dos seus direitos e deveres”.

Acrescento, se me permite a intromissão, que sem o envolvimento dos municípios e da sociedade não teremos saída para a crescente epidemia de violência e criminalidade em Alagoas.

A inflexão verbal em direção à sociedade como um passo positivo, ainda acanhado, é um caminho a ser trilhado num ambiente nunca dantes feito pela segurança pública alagoana.

Renovo os meus votos de boas festas e que em 2015 consigamos uma redução significativa da criminalidade em Alagoas. 

 

 

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