Agentes da Polícia Federal em Alagoas cumprem 18 mandados de prisão, 42 mandados de busca e apreensão e 09 mandados de condução coercitiva, na manhã desta quinta-feira (11) em Maceió e no interior do Estado. A ação faz parte da operação Farnel, que tem por objetivo desarticular um esquema criminoso na fraude de aquisição de merenda escolar e outros produtos.

Segundo nota enviada à imprensa, a PF explica que a operação conta com o apoio da Controladoria Geral da União e visa desarticular um esquema que desviava recursos oriundos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

O Inquérito Policial foi instaurado pela Polícia Federal em 2012 após informações de possível fracionamento de despesas como forma de obtenção de dispensa de licitações e fraude, mediante ajuste, para beneficiar algumas empresas fornecedoras de gêneros alimentícios das Escolas Estaduais Geraldo Melo dos Santos, localizada no Graciliano Ramos, e Mário Gomes de Barros, no Centro, cujos pagamentos foram realizados com recursos oriundos do Governo Federal.

Segundo apurou o Cada Minuto, diretores de escolas de Cajueiro foram levados para prestar depoimento. 

Com o aprofundamento das investigações, verificou-se também a utilização de recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE, bem como a atuação de uma empresa fornecedora de merenda escolar que, visando fraudar a licitação devida, já apresentava ao diretor da escola as planilhas com as cotações de preços das empresas concorrentes. Os Policiais Federais constataram que as empresas concorrentes não existiam ou estavam em nome de “laranjas” e que o esquema fraudulento alcançava diversas escolas do Estado de Alagoas.

Os contratos e as prestações de contas das escolas públicas suspeitas de participação no esquema foram analisadas pela Controladoria Geral da União, que detectou superfaturamento de 10% nos valores pagos. A interceptação telefônica dos suspeitos demonstrou que os gestores das escolas investigadas recebiam propina dos donos das empresas, aceitando a fraude.

Após indiciamento e interrogatório, os presos ficarão à disposição da Justiça e responderão pelos crimes de corrupção, formação de quadrilha, fraude a licitação e falsidade documental.

Uma coletiva de imprensa está marcada para esta manhã onde os agentes irão repassar maiores detalhes.