Para não esquecer e não deixar que esqueçam

27/11/2014 20:08 - Geraldo de Majella
Por redação

A Comissão da Memória e Verdade Jayme Miranda enviou a Porto Alegre e São Paulo, Olga Tatiana de Miranda, membro da comissão, e Geraldo de Majella, historiador e voluntário, para gravar o depoimento de Nilson Amorim de Miranda, ex-vereador, jornalista e ex-dirigente do PCB, no Rio Grande do Sul. Em São Paulo foi realizado contato com a direção do Arquivo Público do Estado e com o Laboratório do Centro de Arqueologia e Antropologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

 

Para a Universidade Federal de São Paulo foram transportadas 411 caixas, guardadas em 30 nichos ou sepulturas. O conteúdo dessas caixas são ossadas encontradas numa vala clandestina do Cemitério Dom Bosco, em Perus, em 1990, e que desde 2002 estavam alocadas no Ossário Geral do Cemitério do Araçá, à espera de definição quanto à retomada da identificação. Antes, essas ossadas achavam-se jogadas numa sala inapropriada da Unicamp.

 

O Centro de Arqueologia e Antropologia Forense está realizando a análise científica para a identificação dos restos mortais das ossadas transportadas em 1.049 caixas. O grupo de trabalho é formado por arqueólogos e antropólogos da EAF – Equipe Argentina de Antropologia Forense e da EPAF – Equipe Peruana de Antropologia Forense e especialistas brasileiros.

 

É a primeira vez que se verifica o envolvimento de instituições dos três níveis da administração pública: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da prefeitura de São Paulo, e da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo. Os trabalhos estão sendo coordenados pelas técnicas Márcia Hattori, Patricia Fischer e Luana Alberto.

 

O desafio está sendo enfrentado. É preciso que seja dito que na vala clandestina do cemitério de Perus foram possivelmente enterrados corpos de militantes políticos, pois três militantes políticos já foram identificados entre essas ossadas.

 

A busca incansável de familiares e de militantes dos direitos humanos é o que tem mantido a esperança de que talvez se encontrem outras ossadas de desaparecidos políticos.

 

O advogado Yuri Patrice de Miranda forneceu as amostras de sangue para o Banco de DNA de Mortos e Desaparecidos Políticos brasileiros e idêntico ato tem ocorrido com outros familiares de presos políticos que desapareceram nos anos mais duros da ditadura brasileira.

 

No Arquivo Público de São Paulo, Marcelo Chaves, diretor do Centro de Difusão e Ação Educativa, entregou à Comissão da Memória e Verdade de Alagoas os documentos pertencentes ao arquivo do Deops de São Paulo, em mídia eletrônica (CD-ROM), num total de 538 imagens. São elas imagens de Gastone Lúcia Beltrão, Luiz Almeida Araújo, Manoel Fiel Filho e Manoel Lisboa Moura.

 

Foi solicito ainda a Marcelo Chaves para que levantasse a documentação de: Gilson Souza Leão, Agrimeron Cavalcante da Costa, José Albuquerque Rocha, Jarbas de Holanda Pereira, Gildo Marçal Bezerra Brandão, José Thomaz da Silva Nonô Neto, Selma Bandeira Mendes, Sílvio da Rocha Lira, Paulo Elisiário Nunes, Sebastião de Sá Figueiredo, Adalberto Timóteo da Silva, José Maria Cavalcante, Alberto Passos Guimarães, Alberto Passos Guimarães Filho, Audálio Dantas, José Francisco de Oliveira, Henrique Cordeiro Oest, Aloysio Ubaldo das Silva Nonô, Mário Agra Júnior, Nelito Nunes de Carvalho, Teotônio Brandão Vilela e Nilson Amorim de Miranda.

 

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..