Festas Literárias em Alagoas

17/11/2014 17:04 - Geraldo de Majella
Por redação

A FLIP é a Festa Literária Internacional de Paraty que ocorre anualmente desde 2003 na cidade de Parati, idealizada pela editora inglesa Liz Calder e organizado pela Associação Casa Azul, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) presidida pelo arquiteto Mauro Munhoz.

Na primeira Festa Internacional de Parati o homenageado foi o poeta, diplomata e compositor Vinicius de Moraes. Ao tomar conhecimento, comprei as passagens aéreas, reservei hotel e fui a Parati. Foi paixão à primeira vista. Daí em diante fui a sete Flips seguidas.

Em Parati conheci Ovídio Poli Junior, idealizador e organizador da OffFlip, evento paralelo que inclui dezenas de escritores de várias cidades do país. O OffFlip tornou-se também um evento de repercussão nacional. Em companhia do escritor Carlito Lima participamos de algumas edições da OffFlip.

Os três primeiros homenageados foram Vinicius de Moraes (2003), Guimarães Rosa (2004) e Clarice Lispector (2005); em 2006, o homenageado foi o escritor Jorge Amado. A delegação alagoana, inicialmente composta por mim e Carlito Lima, agora recebia dois reforços de alta qualidade, o casal Janaina Amado e Luiz Carlos Figueiredo, residentes em Maceió.

Esse grupo no Rio de Janeiro se encontra com Dora e João Jorge Amado; numa van descemos a serra em direção a Parati. Numa das paradas João Jorge, filho de Jorge Amado, lança um desafio: por que vocês não organizam uma festa literária em Palmeira dos Índios, terra de Graciliano Ramos?

Respondemos que iríamos levar à frente o desafio. A conversa mudou de rumo e voltamos a falar de acontecimentos, e mais que isso, de “causos” engraçados.

O desafio não saiu mais de minha cabeça, nem da cabeça de Carlito Lima.  Quando voltamos ainda esboçamos a intenção de falar com o então prefeito de Palmeira dos Índios, Albérico Cordeiro, mas resolvemos aceitar a sugestão do médico Fernando Andrade, que conversou conosco na barraca Pedra Virada. Com muito entusiasmo, ele nos sugeriu a cidade de Penedo.

A proposta foi aceita e passamos a organizar a Festa Literária de Penedo (FliPenedo), que se realizou de 30 de novembro a 3 de dezembro. Num prazo de três meses, 28 escritores alagoanos e de outros estados participaram, sem cachê, e cerca de 4.500 livros foram doados às bibliotecas das escolas e aos estudantes. A FliPenedo teve uma única edição.

Em 2010, o escritor Carlito Lima, agora na condição e secretário de Cultura de Marechal Deodoro, criou a Festa Literária de Marechal Deodoro (Flimar). Em pouco tempo tornou-se um dos principais eventos culturais de Alagoas, dividindo essa salutar disputa com a Bienal do Livro de Alagoas.

Faço este registro para tornar público como uma ideia despretensiosa se materializa, ganha corpo e passa a influenciar uma nova geração de leitores e escritores.

A V Flimar homenageou o compositor, arranjador e cantor Djavan Caetano Viana (1949), alagoano de Maceió.

A sugestão de João Jorge Amado nasceu com o nome de FliPenedo e brotou no solo fértil de Marechal Deodoro pela cabeça e mãos de Carlito Lima.

Vida longa à Flimar.

 

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