O Impacto da criminalidade na economia (II)

13/11/2014 11:23 - Geraldo de Majella
Por redação
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A segurança pública não entrou definitivamente na agenda governamental nacional e estadual. As ações são reativas. O impacto da criminalidade na economia pode ser mensurado de vários ângulos; o econômico talvez seja o mais concreto. Mas como se devem tratar as crescentes perdas humanas e seus desdobramentos?

A juventude está sendo dizimada em Alagoas. Falar assim não causa impacto, afinal os jovens que estão morrendo são pobres, negros, moradores da periferia e com pouco poder ou sem poder para influenciar os formadores de opinião.

Os custos com a violência no Brasil atingiram a cifra de R$ 258 bilhões no ano passado – quase 6% do PIB, que é a soma de todas as riquezas que o país produz em um ano. É a conclusão do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Esses dados estão sistematizados no anuário da violência.

“Dos 258 bilhões gastos com os custos da segurança pública e da violência no Brasil, só R$ 65 bilhões são gastos com políticas públicas de segurança e com o sistema prisional. Isso significa que a gente gasta três vezes mais com os efeitos perversos da violência e da segurança privada do que com políticas públicas voltadas ao enfrentamento do crime e da violência”, afirma Samira Bueno, diretora do Fórum.

O improviso do governo federal na área da segurança vai ficando evidente quando não há politicas públicas consolidadas e as relações com os estados são pontuais. A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, diz que a violência só vai cair se houver integração dos poderes. “A solução está em aproximarmos o Judiciário da política de segurança pública e termos o respaldo da ressocialização dentro do sistema prisional”.

O Programa Brasil Mais Seguro foi lançado em Alagoas como um piloto na área da segurança pública. Não há mudanças significativas e menos ainda métodos de avaliação do programa que venha afiançar a sua eficácia. Os indicadores negativos na área levaram Alagoas à condição de estado mais violento do Brasil.

O Mapa da Violência de 2014 indica que em Alagoas, de 2008 a 2012, foram assassinadas 10.159 pessoas, 6.114 jovens (entre 15 e 25 anos), 60% do total de homicídios. Em Maceió no mesmo período ocorreram 4.799 homicídios; desses, 3.199 foram de jovens (67%).

       Os trágicos números apresentados pelo anuário revelam que em 2013, 490 policiais foram mortos, sendo 75% assassinados fora de serviço. E que 11% dos homicídios do mundo aconteceram no Brasil.

Os custos econômicos, sociais e humanos estão juntos, mas essa conta não fecha por uma razão simples ou relativamente simples: diante de tantas mortes, muitas delas evitáveis, não é possível colocar numa planilha de custos e depositar numa conta pública.

Essa questão é mais complexa e muito mais difícil de ser conduzida com serenidade e racionalidade como são conduzidas as questões econômicas em si. A violência tem um custo alto para toda a sociedade e tem impactado severamente a economia e as famílias.

 

 

 

 

 

 

 

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