A pátria do champanhe

28/10/2014 12:58 - Welton Roberto
Por Welton Roberto

Terminou. O pleito eleitoral mais acirrado dos últimos anos de nossa ainda jovem democracia chegou ao final. Viva então a democracia ainda na sua tenra juventude. Parabéns a todos que de forma ordeira participaram deste pleito. Muitas lições foram deixadas e muitas experiências devem servir para o amadurecimento de um povo que ainda busca o ponto ideal de convergência para sonhos e projetos do amanhã.

 Infelizmente, as lições negativas vieram daqueles que odiaram o tempo inteiro, embora tivessem se mascarado de generosidade e amor ao Brasil.

Parece-me que ainda continuam odiando, pois embora tivessem jurado amor pela pátria, usado de nosso pavilhão como se da campanha deles fosse, entoado o hino nacional onde passavam em um nacionalismo MOET CHANDON estilizado, hoje, depois dos resultados das urnas, pregam o separatismo no e do país.

Alguns, de tão nacionalistas que foram, querem, pasmem, fugir para Miami, lugar mais conhecido para eles do que o próprio território tupiniquim.

Eita nacionalismo porreta!   

O outrora antipetismo, antilulismo e antidilmismo, ou qualquer vocábulo que o neologismo da língua pátria me permita utilizar, se virou contra nós, os nordestinos. O antinordestinismo se espalhou feito rastilho de pólvora em paiol de imbecilidades.

As redes sociais vão de cômicas idéias alucinógenas ao crime contra a pátria em pregar que as regiões Norte e Nordeste sejam alvo de retaliações ou castigos viróticos e “ebólicos” - chegaram a desejar que o Ebola se espalhasse por aqui -, a idéia da separação não lhes sai da mente, em verdadeiro crime lesa-pátria.  

O “culto” e “letrado” Robson Tuma Júnior chegou em seu twitter a pedir e insinuar  que se construísse um muro nos separando, como se fossemos uma raça a ser marginalizada.  

Enfim, o ódio ao NORDESTE veio de um povo acostumado a aceitar de forma democrática somente o que lhe convém. Até serem apuradas 88% das urnas o candidato tucano seguia vigoroso na frente e eles, os “democratas MOET CHANDON”, chegaram inclusive a anunciar de forma prematura sua vitória, com selfies, postagens “patrióticas” efusivas pelo e para o Brasil. Até ali as juras de amor estavam mantidas e multiplicadas nas palavras do Senhor.

De repente nós, os nordestinos de corações valentes, jogamos água no champanhe deles. O MOET CHANDON patriótico logo deu lugar à ira furibunda e a máscara do nacionalismo fajuto mais uma vez caiu.

Desesperados e atônitos vociferaram contra uma região que mais cresce e tem dado ao país exemplo de pujança, prosperidade e esperança a seu povo trabalhador, receptivo, pacato e ordeiro.

O movimento migratório para o Canaã paulistano prometido está se invertendo. Aos poucos nossos conterrâneos voltam para casa, para seu chão e não precisam mais trabalhar como mão de obra barata e braçal aos bem nascidos da paulicéia desvairada e agora ENFURECIDA.

Espero que quando fevereiro chegar, Salvador e Recife mostrem a todos eles, DE NOVO,  que somos um povo trabalhador, feliz, próspero, receptivo e realmente generoso.

Entoaremos, então, todos, em uma só voz, em pleno carnaval, parodiando o cancioneiro: “Ah, que bom você chegou, bem vindo ao NORDESTE, coração VALENTE do Brasil”.

Quem sabe vejam então que o Brasil hoje é muito maior do que umbigo e o ego deles.

Até lá que o ódio se dissipe e que as frustrações se tornem em esperanças renovadas e que voltemos a ser uma nação alegre e unida.

Aos que vão embora para Miami, boa viagem, não esqueçam o “Green Card”,  pois na terra do Tio Sam o latino somos todos nós. Aprenderam a lavar prato? Fazer faxina? Cuidar de bebê americano que chora em inglês? Vão precisar...    

VIVA O BRASIL. VIVA A DEMOCRACIA. VIVA DILMA ROUSSEFF. VIVA O POVO BRASILEIRO. VIVA O NORDESTE.

  

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