O legado das eleições

27/10/2014 17:33 - Geraldo de Majella
Por redação

A reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) é indiscutível. Em menos de uma hora, Aécio Neves (PSDB) admitiu a derrota e ligou, parabenizando a candidata reeleita.

A segurança e a rapidez como têm ocorrido as eleições no Brasil − há mais de uma década – são um dos pontos a ser destacado pelos brasileiros, fato que tem chamado a atenção de outras democracias. É um exemplo o desenvolvimento e o uso de tecnologias no processo eleitoral.

Já que falamos mal de tantas coisas, esse é um legado a ser cultuado no país. Por ter se incorporado à vida nacional, poucos se dão conta de que a democracia no Brasil tem se fortalecido ainda mais. As eleições são limpas e não se fala mais em fraudes eleitorais.

O acirramento dos ânimos nas ruas e principalmente nas redes sociais foi uma nota destoante; embora compreensível, nem assim podemos tratá-lo como algo positivo. O resultado do embate sem quartel – dos dois lados – ativou a xenofobia, o preconceito e o ódio entre as regiões, ou seja, sulistas x nordestinos.

De quem, onde e como surgiram essas manifestações odiosas, não é possível identificar, mas não se pode fugir da realidade cruel deixada como resultado do processo eleitoral.

Diz a boa tradição que o vencedor deve manifestar os melhores gestos e procurar arrefecer os ânimos. As avaliações de muitos comentaristas políticos nas rádios, jornais e nas televisões abertas e por assinatura se centraram na divisão do país.

Essa divisão na realidade nunca deixou de existir. O Nordeste pobre e com poucas possibilidades de superar a pobreza é secular. Mas os brasileiros nascidos no Nordeste sempre se sentiram brasileiros e construtores dessa nação fantástica chamada Brasil.

Procurar dividir ou abrir uma fenda a partir de refregas eleitorais é golpe baixo.

Os legados positivos do processo eleitoral devem ser conservados, e quanto aos negativos, como o preconceito, o ódio e a insídia, é dever dos democratas, do governo e da oposição lutar decididamente contra eles.

Dilma Rousseff venceu. Que os que perderam as eleições continuem na oposição ao governo e, mais ainda, na defesa do Brasil.

Na democracia quem ganha as eleições governa e quem perde fica na oposição.   

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