Vários políticos alagoanos que mantiveram contato direto com caciques do PSDB revelam a irritação dessas lideranças com o governador Vilela. O motivo principal foi a pouca importância que ele deu à candidatura de Aécio Neves em Alagoas.

Existem casos de candidatos que procuraram diretamente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O que ouviram dele, as reclamações, é impublicável. E de fato, o governador lavou as mãos para a construção de um palanque no estado para o companheiro de partido ao construir propositalmente o esfacelamento de sua base de apoio.

Agora, no 2º turno e depois de ter alcançado todos os objetivos eleitorais a que se propôs – casos da eleição do seu sobrinho Pedro Vilela e a derrota do seu candidato a governador, Júlio Cezar – envia recados aos envolvidos, via imprensa, na campanha de Aécio que está em campo. Mas ele, atualmente, não tem nenhuma importância na disputa presidencial.

Muito pelo contrário. Para tentar reverter o desgaste com a cúpula tem anunciado o apoio de dezenas de prefeitos para Aécio. Pura balela. A maioria dos prefeitos votou em Dilma, Vilela está em fim de governo e com contínuos altos índices de rejeição pelo desastre do seu governo na saúde, educação e segurança.

 E os prefeitos, sabidos que são, é claro que vão se aproximar do governador eleito Renan Filho, com quem vão conviver por mais dois anos pelo menos, especialmente aqueles que seguiram os tucanos no 1º turno.

Bom, quanto às regras de transição entre o governo do PSDB e o do PMDB através de lei encaminhada à Assembleia, o que o governo pretende é o compromisso de Renan com o que foi feito de errado e com o que deixou de ser feito e precisava ser atacado.

A desculpa absurda de que assuntos estratégicos devem ser protegidos é vergonhosa. Na Segurança, por exemplo, ao que parece o governo atual deseja que não sejam divulgadas as informações internas sobre a situação de delegacias, batalhões, idades dos homens e mulheres, armas, coletes, enfim, o mapeamento de quem conhece a realidade, mas que nada fez.

Aliás, o que o governo defende como segredo fere o Princípio da Publicidade. É claro que informações sobre investigações e ações em curso não devem ser divulgados. Contudo, sobre a situação de caos, sim, deve sim, é obrigação do futuro governo. Caso não divulguem a realidade, não ajam com a devida transparência estarão dando mais um sinal da simpatia política existente entre os dois grupos.

O que Vilela e os seus conselheiros querem, no final de tudo, é uma proteção para que os dados que comprovam falta de ação não sejam divulgados. Assim eles não sofrerão do mesmo veneno que usaram contra o ex-governador e aliado na época, Ronaldo Lessa, quando atacaram a gestão revelando dados com o único objetivo de desconstruir o ex-aliado.

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