Campos, o morto-vivo em campanha

16/10/2014 08:25 - Voney Malta
Por Voney Malta

A tragédia que ceifou a vida do jovem ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência causou comoção e lhe deu uma condição de influir na campanha eleitoral, especialmente em Pernambuco, acima de qualquer previsibilidade.

Jovem, simpático, herdeiro do histórico político do avô Miguel Arraes e um homem que aparentava fortes laços com a mulher e os filhos, Eduardo Campos carimbou o seu nome nas eleições deste ano.

Todos os seus candidatos em seu estado natal foram eleitos: o governador Paulo Câmara (PSB), o senador Fernando Bezerra (PSB) e Marina Silva (PSB) foi a mais votada. Portanto, Eduardo campos foi o morto mais vivinho dessas eleições porque transferiu votos.

A sua imagem e atuação na vida pública foi maçicamente utilizada e ainda é na disputa do 2º turno. Deram e dão voz a Eduardo Campos, decidem suas opções e opiniões políticas e justificam dizendo que assim ele faria.

Carros de som estão sendo utilizados em Recife, vinculando Campos à campanha de Aécio. O veículo, plotado com imagens da campanha de Aécio, veicula declarações do ex-governador. Depois toca a música da campanha de Aécio.

Tal fato foi testemunhado por uma jornalista alagoana e o pai dela em Recife, nos bairros de Piedade e Espinheiro.

Acharam macabro o fato de o morto falar para um terceiro conseguir votos. Mas, na verdade, morto não fala, falam por ele e interpretam suas vontades.

Especialmente na política. Isso já ocorreu recentemente nas mortes de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.

Muita gente se elege assim. O morto fica vivinho da silva, como dizem. Depois o tempo se encarrega de dar-lhe paz.

 

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