Santos do pau oco

14/10/2014 12:27 - Welton Roberto
Por Welton Roberto

Em meio a essa onda de ódio gratuito, estimulado pela grande mídia e disseminado pelas redes sociais contra a presidenta Dilma Rousseff e seu partido, o Partido dos Trabalhadores, surge o mote do momento: a corrupção. E o candidato Aécio Neves quer surfar nesta onda como se fossem ele e o seu partido, bem como todos da sua base aliada de santos (que vai de Silas Malafaia,  pastor Feliciano, Bolsonaro, Àlvaro Dias, Demóstenes Torres, passando por Jorge Bornhausen e desaguando aqui em Alagoas com o competente e magnífico governador Teotônio Vilela) uma plêiade de santos canonizados pela honestidade e a probidade no trato com a coisa pública.

Esquecem-se de que foram eles o pai do mensalão com a compra descarada da reeleição de Fernando Henrique Cardoso, quando cada deputado recebeu, segundo o Senhor X, o hoje conhecido ex-deputado Narciso Mendes (O príncipe da privataria, Palmério Dória, pág. 9), a soma de R$200.000,00 (duzentos mil reais) à época (1997) para inserirem no texto constitucional a permissão da reeleição para os cargos do Poder Executivo.

Hoje lutam contra algo que eles mesmo criaram. Vai entender!

Voltamos ao assunto!

Esquecem-se também, terem sido eles, do PSDB, os privatadores do patrimônio público, causando prejuízos de mais de 100 bilhões de reais com as fraudulentas vendas dos patrimônios públicos, vide CSN, Vale do Rio Doce, Banespa, Banerj etc.

Sem contar o mar de desempregados que tal operação milagrosa deixou no país e empréstimos aos "compradores" das empresas "quebradas" tirados do Banco do Brasil, Previ e BNDES, dinheiro público que foi parar no ralo para apaniguar os mais chegados do Palácio. Nada disso aliviou as contas públicas, pois FHC entregouà LULA uma dívida de mais de um bilhão de reais só de rombos na Previdência.

Tudo isso está sendo objeto de apuração pelo Ministério Público Federal que continua se movimentando na tentativa de recuperar  o patrimônio dilapidado e midiaticamente vendido como a salvação do país pelos grandes meios de comunicação..

Mais recentemente, em Minas Gerais, o MPF e o MPE mineiro detectaram a compra superfaturada de medicamentos de alto custo pelo governo do Estado, quando então sentava na cadeira do palácio o hoje senador e candidato à Presidente da República, Aécio Neves. A denúncia ministerial contabiliza um prejuízo de mais de 17,3 milhões de reais na gestão do tucano e um total de 28 milhões com a gestão posterior a dele. Os promotores pedem a condenação dos gestores por improbidade administrativa e querem a devolução do dinheiro ao patrimônio público mineiro. 

Na época de FHC, seus 08 anos frente ao governo federal, a PF realizaou pouco mais de 40 operações, ou seja, a constatação inequívoca que naquela época a PF só servia para tirar passaporte, e não era para todo mundo.

Nos governos de LULA/Dilma estas operações suplantaram 2200 investigações, o que significa que quando se tem liberdade para se investigar se localiza o malfeito seja de quem for, ainda que se tenha que cortar na própria carne.

Não se está querendo com tais dados e argumentos demonizar o partido tucano e dizer que no partido da Presidenta só há santos.

Longe disso.

A discussão é mais profunda.  O que se quer dizer é que o PSDB não pode, neste momento, principalmente sendo o partido com o número maior de políticos ficha suja do país (dados do TSE),  bancar a virgem do cabaré como se nada tivesse feito ou houvesse contribuído para que as coisas estivessem como estão.

A defesa do combate á corrupção tem que ser feita  de forma sistemática, contínua e que atinja doa a quem doer os corruptos, entranhados em partidos governistas ou oposicionistas, sem máscara ou usando do jogo infantil de que a corrupção está nos outros, até porque em Alagoas, depois dos sucessivos escândalos promovidos pela nossa altiva Assembleia Legislativa em rede nacional, nosso eleitor, limpinho e cheiroso, optou no dia 05 de outubro em  deixar tudo como antes no quartel de Abrantes.

Então, chega de bravatas e discursos inflados sobre corrupção, pois enquanto estivermos aceitando os fantasmas, os desvios milionários, o jogo paternal politiqueiro na troca das cadeiras, as alianças espúrias entre gestores e órgaos fiscalizadores em prol de candidatos da família, vamos continuar fazendo o papel das santas virgens no meio de um prostíbulo repleto de  luxúria e achando a esbórnia uma grande festa. 

E viva Afrodite! 

 

 

 

 

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