As candidaturas ideológicas

12/10/2014 07:51 - Geraldo de Majella
Por redação

Eleição se ganha com votos, e a conquista do eleitor é uma tarefa árdua. A possível vitória começa a ser desenhada na formação das chapas, majoritárias e proporcionais.

 

        Os candidatos com inserção social, com capacidade de mobilidade, ou seja, com recursos financeiros mínimos para caminhar, viajar e reunir com milhares de pessoas, além, claro, de uma eficiente campanha visual, de uma boa utilização das mídias sociais e da participação no horário eleitoral gratuito.

 

A campanha e o candidato que estiver ancorado em propostas concretas nas quais o eleitor se sinta representado e, mais que isso, incluído, certamente será bem votado.

 

        Das candidaturas definidas como ideológicas, algumas beiraram a algo sacrossanto, sem nenhuma relação com o mundo real, o que evidentemente as distanciam da população, seja a classe média, o operariado, e mais ainda o mundo rural. 

 

        Há várias pequenas siglas sentindo-se, e com razoável direito, credenciadas a falar pela esquerda. Os partidos de esquerda no Brasil são vários, cada um com suas especificidades. Há alguns poucos marxistas; a maioria é de socialistas, ambientalistas, trabalhistas, como é o caso de PT, PDT, PSB, PV, da Rede Sustentabilidade e do PSol.

 

As propostas veiculadas na propaganda eleitoral pelos pequenos partidos de esquerda não tratavam diretamente de problemas reais da população. Ao utilizarem os programas eleitorais para difundir as propostas de como alcançar o socialismo, perderam uma boa chance de efetivamente se comunicar com os eleitores e de tratar de problemas concretos que afligem a população.

 

Acontece que o socialismo é um sonho desses partidos e não diz absolutamente nada ao eleitor.

 

        O desempenho dessas candidaturas pode ser traduzido em números. O candidato a governador Mário Agra (PSol) obteve 60.816 votos, 4,76% dos votos válidos. Mesmo sendo o mais bem votado, poderia ter obtido bem mais votos caso tivesse tratado de temas mais diretamente ligados a vida cotidiana do eleitor.

 

O candidato Golbery Lessa (PCB) teve apenas 3.950 votos, 0,31% dos votos válidos. O proselitismo político ocupou boa parte dos seus programas eleitorais. Fez uma campanha de divulgação de propostas programáticas do partido.

 

        A candidatura a presidente da República de Luciana Genro (PSol) obteve 15.223 votos, correspondendo a 1,08% dos votos váalidos. Mauro Iasi (PCB) obteve apenas 892 votos, 0,04 % dos votos válidos dos eleitores de Alagoas.

 

        Esses partidos terão todo o tempo possível para repensar as suas atuações no processo eleitoral que virá. A agenda que se apresenta para a esquerda me parece ser a de ampliar a inserção social e preparar candidatos competitivos para disputar as eleições.

 

O PSol de São Paulo e o do Rio de Janeiro podem e devem servir de exemplo de como os candidatos com inserção social disputam mandatos eletivos e obtêm generosas votações. É o caso de Ivan Valente e Carlos Giannazi em São Paulo, e de Marcelo Freixo, Jean Wyllys e Chico Alencar no Rio de Janeiro.  

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..