Nos corredores da Assembleia, nas casas dos deputados eleitos e reeleitos já começam a surgir os primeiros nomes para disputar o comando do Poder Legislativo. Inácio Loyola (PSB) e Ricardo Nezinho (PMDB). Outro também ventilado é o do ex-presidente Antônio Albuquerque (PRTB).

Seja quem for ou quais indivíduos e grupos se unirem para comandar o Legislativo, o governador eleito será imensamente responsável para o bem ou para o mal. Aliás, ele tem papel decisivo na eleição. Os partidos da base aliada de Renan Filho elegeram 12 dos 27 parlamentares. Outros oito deputados, embora em outras coligações, pediram voto pra ele.

O fato concreto é que a expectativa do governo do filho do presidente do Senado é grande. A sua trajetória política é ascendente. Prefeito, deputado federal e governador. As portas do mundo político estão abertas. Porém, o desafio não está apenas na saúde, educação e segurança.

Está, também, na relação política que irá manter com o mais desgastado dos poderes em Alagoas. O governador Vilela tratou mais do que bem os seus deputados. Duodécimo crescente ano após ano e antecipação de receita. Tudo de forma legal.

Mas se quiser ambicionar algo mais, Renan Filho pode começar influindo na eleição da Mesa de forma decisiva. Fechar espaço nos cargos da Mesa Diretora para os deputados sabidamente com imagem negativa, aqueles que geram notícia ruim e que já exerceram o poder.

Fazer uma Mesa que possa ajudar a Assembleia a funcionar administrativamente no básico do dia a dia. Papel, tinta, informatização, cumprimento da lei. Botar o dedo nessa ferida é preciso ter coragem e maturidade política. Para tanto, perceber que os mais antigos não sobrevivem sem o modelo atual. Só que entre os mais antigos há aqueles que discordam das gestões anteriores.

E os mais novos querem mudar, querem exercer uma atividade em um local onde seja possível o mínimo de dignidade para os funcionários, visitantes e um pouco do resgate dessa dignidade para quem inicia o exercício do cargo eletivo no parlamento estadual.

Modificações pontuais, básicas, dariam visibilidade local e nacional para o novo governo. Uma forma de mostrar cedo e rapidamente que pretende alterar a forma ultrapassada de se fazer política e administração na Assembleia. Caso não se envolva, caso não influa buscando um novo caminho estará perdendo uma bela oportunidade.

É preciso controlar a eleição da Mesa para superarmos e deixarmos de conviver com política ultrapassada.

E um governador pode. Isso é decisivo.

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