A Alagoas que emergiu das urnas

06/10/2014 17:54 - Geraldo de Majella
Por redação

 

 

O deputado federal Renan Filho (PMDB) venceu as eleições para governador de Alagoas no primeiro turno com 52,16%. O seu oponente, o senador Benedito de Lira (PP), obteve 33,91% dos votos válidos.

 

A vitória do peemedebista confirmou o que as pesquisas indicaram durante a campanha. A Alagoas que Renan Filho vai administrar é conhecida, pelo menos estatisticamente, pois lhe foi apresentada na pré e durante a campanha eleitoral.

 

Os estudos realizados pelos consultores contratados identificaram os problemas e também indicaram os caminhos para superá-los. Os três eixos principais discutidos na campanha eram comuns a todos os candidatos: saúde, educação e segurança pública, acrescidos da renegociação da gigantesca e impagável dívida do estado de Alagoas com a União.  

 

A dívida é um problema a ser resolvido entre o plenário do Senado Federal e a presidência da República, passando pelo Ministério da Fazenda.

 

A crise sistêmica na segurança pública é inegavelmente o pior e mais complexo problema a ser superado. A redução das altíssimas taxas de violência pode parecer algo a ser resolvido com decisão política, como se quer passar para a opinião pública, com pulso forte e colocando mais polícia nas ruas. E coisas do gênero.

 

São necessários mais policiais nas ruas − não se fala o contrário −, mas os policiais terão de ter uma eficiente formação técnica, o que não vem ocorrendo nos últimos anos em Alagoas.

Os governantes em poucos meses percebem – quando querem perceber − que o problema é mais complexo e tem inúmeras variáveis. A reestruturação da segurança pública, a gestão amadora e empírica, tem de ser substituída por mecanismos modernos de gestão de pessoas e eficiência na execução das políticas pública na área.

 

Para que isso se torne factível o governador terá de tratar a questão com absoluta disposição e abertura suficiente para ouvir as comunidades conflagradas, os pesquisadores e instituir mecanismos modernos de controle das polícias. Terá também, óbvio, de ouvir as polícias e os órgãos técnicos vinculados à segurança pública.

 

Não se deixar contaminar com as vozes oriundas das corporações. E não usar as polícias como instrumento político. Esse é um detalhe fundamental. Tratar a segurança pública com profissionalismo, sabendo que um erro nesse campo comprometerá a sua administração. Exemplo histórico não falta em Alagoas.

 

 As polícias têm representação no parlamento, realizam permanentemente lobby político nas diversas instâncias da administração pública e nos três poderes.

 

As duas outras áreas, saúde e educação, são também importantes e complexas na sua efetividade. A melhoria das condições de trabalho dos profissionais é importante. É esperado pela sociedade que a melhoria dos serviços e a remuneração dos funcionários públicos ocorram numa relação direta.

 

Mas como abordar essa questão com tão poucos recursos orçamentários de um lado e a massa de funcionários desestimulados do outro? Tudo isso é parte dos desafios do novo governante.

 

O que emergiu das urnas pode ser traduzido como esperança e pressa no encaminhamento dos problemas.

 

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