Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), o Grupamento de Salvamento Aquático (GSA) da instituição registrou, entre janeiro e agosto deste ano, 227 ocorrências no litoral, sendo 161 afogamentos. Em 2013, das 385 ocorrências no litoral de Maceió e Marechal Deodoro, 307 foram afogamentos.

Com os números, o Corpo de Bombeiros pretende alertar a população para os perigos que os banhistas correm ao não respeitar as orientações e as sinalizações de segurança quando estão nas principais atrações turísticas do Estado: as praias.

E é justamente em uma das preferidas dos banhistas e surfistas, a Praia do Francês, onde acontece a maior parte das ocorrências. De junho a dezembro do ano passado, 84,4% de todos os casos foram registrados lá. O posto do Mirante da Sereia registrou, no mesmo período, 9,6% das ocorrências, seguido pelo posto Jatiúca, com 4,8%, e os postos de Guaxuma e Barra Nova, com menos de 1% cada.

Entre as causas mais comuns de afogamento estão a ingestão de bebidas alcoólicas, crises convulsivas, traumatismos, doenças cardíacas ou pulmonares e acidentes de mergulho.

Para o sargento Gutemberg Batista de Morais, integrante do Grupamento de Salvamento Aquático, muitos dos acidentes no mar acontecem por imprudência. “A pessoa tem excesso de confiança quanto às suas habilidades de natação, por exemplo. Às vezes, nadando de um barco a outro, ao tentar se desafiar, ela se cansa ou tem câimbras e acaba sofrendo o acidente”, explica o militar.

Crianças perdidas

De acordo com os dados do GSA, também é maior do que se imagina o número de crianças que se perdem dos pais, principalmente nas praias mais movimentadas. Em 2013, foram 32 casos de crianças perdidas atendidas pelos postos de guarda-vidas. Em 2014, já foram registrados 42 casos, um aumento de 31%, faltando mais de quatro meses para o fim do ano.

A criança não possui senso de direção apurado como o adulto, por isso é importante mostrar-lhe algum ponto de referência marcante como um edifício, um bar, uma praça, ou qualquer lugar que seja de fácil visualização. O perigo é ainda maior no caso de crianças muito pequenas, pois aumentam as chances de acidente, já que elas podem se afogar mesmo em áreas rasas.

Prevenção

O Corpo de Bombeiros busca atuar também de forma preventiva. Os guarda-vidas fazem rondas abordando os banhistas para mostrar os locais mais seguros para mergulhar. Somente em 2013 foram realizadas 30.625 ações de prevenção, enquanto que este ano já foram realizadas 40.808 ações.

Os guarda-vidas também distribuem pulseiras de identificação e fornecem orientações de segurança para evitar que os pais percam seus filhos na praia.

 Como agir

A primeira reação de uma pessoa que vê outra se afogando é entrar na água para ajudar. No entanto, é possível que ela se torne outra vítima e complique ainda mais a situação. O conselho dos Bombeiros é que só nadadores experientes, que conhecem a praia e nadam com frequência, devem tentar ajudar. Os surfistas têm mais facilidade em auxiliar usando a prancha, que serve como uma boia.

Porém, o ideal é que o Corpo de Bombeiros seja acionado pelo telefone 193 ou diretamente em algum posto de guarda-vidas, pois além de possuir equipamentos adequados, os militares estão capacitados para resgatar a vítima com segurança.

As manobras de primeiros socorros também devem ser realizadas por pessoal capacitado. “Às vezes, um procedimento errado pode piorar a situação da vítima. Se a pessoa não tem capacidade técnica em primeiros socorros, é melhor chamar o Corpo de Bombeiros”, explica o tenente Gilson Santos de Melo. “É comum casos de hipotermia em situações de afogamento, por isso aquecer a vítima com um cobertor ou uma toalha pode ajudar bastante enquanto se espera a chegada de socorro”, conclui o oficial.

Os guarda-vidas atuam diariamente, das 8h às 17h, nos postos Jatiúca, Mirante da Sereia e Praia do Francês, estendendo suas atividades para os postos Guaxuma e Barra Nova nos finais de semana.