O sertanejo admirava Campos; e os riscos de Dilma e Aécio

14/08/2014 10:20 - Voney Malta
Por Voney Malta

São muitos os cidadãos alagoanos dos municípios do Sertão, na divisa com Pernambuco, que nutriam imensa simpatia pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB). De muitos escutei que era uma pena que ele não fosse candidato a governador de Alagoas. Um desejo não possível, mas uma forma de comparação pelas qualidades observadas no administrador pernambucano.

Escutei depoimentos do tipo: “Voney, aquele é que um governador, não esse daqui. Lá tem polícia – referindo-se aos municípios de Manarí e Inajá. Quando um bandido corre de lá pra se esconder aqui, os policiais não querem nem saber, vem atrás e pega, prende ou mata. Eles agem, tem ordem, tem comando”.

Quanto ao quadro nacional, são muitas as possibilidades. Com Campos, Aécio e Dilma havia a possibilidade de decisão no primeiro turno. Sem o primeiro, deve haver profundas modificações no cenário desde que o PSB indique Marina Silva para substituí-lo. Isso preocupa PT e PSDB.

Com ela é quase certo que teremos segundo turno, o que é ruim para Dilma Rousseff, que poderia enfrentar, por exemplo, Aécio num segundo turno mais encorpado e fortalecido, na base do sim ou não por parte do eleitor.

Entretanto, a presença de Marina também causa temor no meio tucano. É que o senador presidenciável não tem conseguido crescer, parecendo ter atingido o teto. O risco que existe com Marina é que ela vá para o segundo turno, não ele.

Cravo que Marina Silva será mesmo a substituta do PSB. Outro nome poderia significar um ato contrário ao próprio Eduardo Campos, uma vez que ele a escolheu como sua parceira de chapa.

E não ter candidato sinalizaria o PSB como um partido fraco, sem futuro. Tal decisão, não disputar, poderia significar para o eleitorado o fim da sigla por ter capitulado diante dos petistas.

Portanto, há riscos para Dilma num eventual e incerto segundo turno contra Aécio que, por sua vez, pode nem chegar lá.

Institutos de pesquisa já estão em campo para analisar cientificamente todas essas possibilidades.

É o efeito da tragédia Campos que coloca Marina no centro das atenções.

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